O show do CD “Batuque”, que marcou o resgate da face mais teatral do cantor Ney Matogrosso no palco, fecha uma temporada de sucesso voltando pela quarta vez a São Paulo para encerrar nesta sexta-feira a turnê nacional no Olympia.

“Mas ele voltará à capital paulista em agosto, quando vai dar início a um novo show interpretando Cartola no DirecTV Music Hall, e lançando um livro”, disse à Reuters o produtor e empresário de Ney, João Mário Linhares.

Em “Batuque”, o cantor de 60 anos mostra que a vitalidade aliada à sutileza de voz são uma combinação constante em sua trajetória.

No repertório, Ney e nove músicos devem executar 20 canções que resgatam a nostalgia das décadas de 1930 e 1940, época áurea do samba-canção e de astros do rádio como Orlando Silva, Márcio Reis, Araci Torres e, principalmente, Carmen Miranda, a grande homenageada do cantor.

O trabalho também inclui regravações que buscaram preservar os arranjos originais das composições. É o caso de “Urubu Malandro”, de 1914, e “Teu Retrato”, de 1947.

Entre os compositores, destacam-se Zequinha de Abreu, Assis Valente e Dorival Caymmi.

As performances tão características de Ney Matogrosso ganham força com músicas como “Maria Boa”, de Assis Valente, datada de 1936, que foi sucesso com o Bando da Lua, e “Coração Salvado”, de Louro e João de Barro, de 1914.

Dorival Caymmi também tem seu momento para a voz, os olhares e os requebros de Ney com “Vatapá”, de 1942, e a clássica “O que é que a Baiana Tem?”, de 1939.

Quando começou a divulgar “Batuque”, Ney disse que, ao gravar essas músicas antigas, não quis “resgatá-las”, já que elas não estavam perdidas.

Tirá-las da gaveta e reencantar o público para essas antigas canções foi a sua viagem no tempo mais recente, que termina neste sábado, com o último show desta temporada, e se reinicia em seguida com a investida sobre a obra de Cartola, falecido em 1980, considerado um dos maiores sambistas de todos os tempos.

Cartola foi casado com dona Zica da Mangueira e só conseguiu gravar seu primeiro disco aos 65 anos, apesar de ter composto clássicos como “O Mundo é um Moinho” e “As Rosas Não Falam”.


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Ney Matogrosso encerra turnê nacional de "Batuque" em SP

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