Neste sábado, 6, rola a quarta edição do Fora da Casinha, festival realizado pela Casa do Mancha, espaço seminal da música independente e emergente no país. Serão 13 artistas de destaque nacional que se apresentarão a partir das 15 horas na Casa Híbrida, em São Paulo: Mauricio Pereira, Garotas Suecas, Goldenloki, YMA, Dingo Bells, Molho Negro, Juliano Gauche, Terno Rei, Betina, Bruno Bruni, Laura Lavieri, OZU e Strobo.
Além de guitarras altas, beats pulsantes, refrões para cantar junto e diversos ritmos para dançar e curtir, um tema sério e dos mais importantes deve ditar o tom das apresentações: o primeiro turno das eleições que acontece no dia seguinte.
“O festival ganha outro peso, pois todo mundo está mais sensível e apreensivo com o resultado da eleição. Artista e público têm a possibilidade de tornar suas bandeiras mais vocais. Pode ser positivo para o festival”, diz Ale Sater, do Terno Rei, ao Virgula. João Lemos, do Molho Negro, complementa: “Dia 6 vai ser difícil até respirar sem uma intensidade especial, na véspera de algo tão importante e com um peso gigante na vida de todos nós”.
“Vai intensificar todo o festival. Nosso papel enquanto artista é deixar claro o nosso repúdio ao ódio, ao fascismo, ao não-pensar e à falta de diálogo. Sabemos que em tempos sombrios a arte e a cultura são minadas, justamente por seu caráter questionador e sensível, então estaremos afirmando a nossa voz enquanto artista contra esse obscurantismo que está espalhado por aí”, completa Felipe Kautz, do Dingo Bells.
Mauricio Pereira, atração principal e padrinho do festival, dá a palavra: “A gente está na beira de uma eleição que, dependendo do vencedor, pode vir uma época de perseguição ao diferente, à diferença, ao pensamento livre, à liberdade de expressão e de comportamento”. Sobre o show, ele adianta: “Sinto que vou subir ao palco meio diferente do habitual. Um pouco mais frágil, um pouco mais indestrutível. Meio à flor da pele. Será um bom dia pra estar junto das pessoas, comungando pela arte”.
Tomaz Paoliello, guitarrista do Garotas Suecas, vai a fundo na questão: “Estamos em um momento no qual a arte tem uma importância central. Estamos além da discussão sobre verbas públicas para produção artística; a questão central é a liberdade. A arte tem uma importância por si só, mas os artistas tem um papel protagônico para além de suas criações, pois estão numa linha de frente da disputa sobre direitos e liberdades. Serão alguns dos primeiros afetados pelos retrocessos que nos ameaçam”.
Juliano Gauche define a importância das apresentações: “Toda a música independente está voltada para a inclusão das minorias. Um festival como o da Casa do Mancha, que presa por reunir justamente essa classe artística, só tende a comover ainda mais o eleitores que no outro dia escolherão quem vai nos representar nessas questões. Não conseguiria pensar num aquecimento melhor para um momento como este”.
Fora da Casinha IV
Importância de tocar no Fora da Casinha
Outra enorme responsa, e motivo de orgulho também, é se apresentar neste importante festival para a cena independente brasileira. Os artistas explicam o porquê:
“A Casa do Mancha é um dos palcos mais legais do Brasil. Pra gente é sempre um espaço de experimentação e de troca com outros artistas e com o público. O Fora da Casinha é uma celebração dessa cena independente e atualmente um oásis na cena paulistana”, diz Tomaz Paoliello.
João Lemos opina: “Acho que a casa, que se personifica no festival é um simbolo importante que tem a cara do DIY brasileiro; é humano, imperfeito e sonhador. Acima de tudo, acredito que o Fora da Casinha representa uma ideia importante dentro da música brasileira”.
“As pequenas casas de São Paulo são o motor da vida musical da cidade. É onde se fabrica o público, a cena, os artistas, é onde se experimenta a música. E o Fora da Casinha é um momento que celebra isso tudo. Uma mistura de festa de aniversário com profissão de fé, de paz com resistência. Tipo: diverte e educa”, diz Mauricio Pereira.
Ale Sater finaliza: “A Casa do Mancha é a casa de shows mais importante da música alternativa de Sampa. Então, estar no Fora da Casinha nos traz muita satisfação”.
SERVIÇO:
Fora da Casinha IV
Quando: 6 de outubro – sábado – a partir das 15 horas
Onde: Casa Híbrida – Av. Dr. Arnaldo, 1620 – Sumaré
Preço: Lote promocional – R$ 50
Vendas online: www.sympla.com.br