Naldo fala ao Vírgula
Créditos: gabriel quintão
Naldo está feliz. Ele fotografa com seu tablet e celular a página do jornal que diz Cantor Naldo vira hit do Verão com “sertanejo universitário do funk”. Nos estúdios da rádio Jovem Pan, em um prédio da avenida Paulista, ele dá autógrafos e tira fotos com a naturalidade de quem está acostumado à rotina de ser tietado.
“Aqui está maneiro”, diz o músico de 33 anos, quando perguntado se quer mudar o lugar da entrevista ao Vírgula Música, sob o ar-condicionado nesta quarta-feira (30) quente. E revela-se um rapaz sereno, como suas músicas, e ainda capaz de sonhar e se empolgar com o futuro. “Tenho a grande certeza que vou chegar no mundo”. Seu plano de dominação já começou, com gravações em espanhol e um disco voltado para o mercado internacional previsto para o segundo semestre.
Leia a seguir a entrevista com o astro ascendente de Amor de Chocolate, Exagerado e outras baladas que misturam funk, house, R&B. Um fenômeno parecido com o que ocorreu nos EUA, e que levou o rap a tornar-se o mais pop dos gêneros. Agora ele segue a mesma trilha, só que com o funk carioca.
Como é pra você ser mostrado como sertanejo universitário do funk, esta mistura de gêneros?
Acho do caramba. Sertanejo é, digamos, o gênero mais bem sucedido da música brasileira na questão financeira. E existe qualidade ali, como tudo tem um lado bacana e uma lado ruim. Tem música boa e música ruim para tudo quanto é lado. Desde o rock, samba, funk, pagode. E eu acho do caramba.
E você sempre teve a cabeça aberta para tudo?
Sempre tive. No começo, como eu não tinha muita informação, eu era meio assustado com o bagulho assim. Mas depois que eu fui entendendo como funcionava o mundo, o mundo musical e tal, minha cabeça foi ficando aberta e hoje é mais aberta do que imaginam. E eu penso que as barreiras não podem existir mesmo. Esta situação de ter uma variedade, uma…
Diversidade…
Diversidade, ser eclético, até. Com misturas Hoje a noite popular, a noite do Brasil, existe uma mistura nela. Você toca junto sertanejo, funk, samba.Isto explica um pouco o seu sucesso no Brasil inteiro e com todas as classes sociais?Eu sou isso. O meu som é uma mistura. Eu tenho uma essência do funk, nasci numa favela do Rio de Janeiro. Busquei me profissionalizar, buscar uma maneira de musicalizar tudo que eu vivi na infância. E hoje eu tenho uma equipe grande, uma estrutura de show, gigante, por onde eu passo.
E as pessoas conseguiram entender que era um gênero bacana, um gênero que consegue trazer para um evento um grande número de pessoas. Mas acho que a questão da qualidade foi onde as pessoas perceberam que existia um diferencial no meu som, na minha apresentação e tal…
O que precisa ter numa música para que ela se tornar um grande hit?
Eu sempre busquei ser do povo, fazer o que o povo curte. Pop é abreviação do popular, né? Eu busco ser popular. Existem ingredientes que eu uso, que eu acho bacana, mas eu sempre preservo a qualidade musicial. O mais bacana, para mim, é a qualidade musical.
Você pode ter uma pitada de uma sagacidade de alguma coisa, para que a coisa se torne comercial, para que se torne um chiclete no ouvido das pessoas. Mas eu curto também ter em evidência uma voz bem colocada, uma melodia bem trabalhada para compor. Eu componho minhas músicas, então eu penso assim.
Onde você espera chegar com sua música?
Eu desejo e pretendo dentro de mim tenho a certeza grande que eu vou chegar no mundo. Esta é a minha meta. Eu já tenho planos para no segundo semestre gravar um disco internacional, já gravei Exagerado em espanhol, gravo agora Amor de Chocolate em espanhol também, por conta de um público latino, hispânico, que existe na América do Norte e até mesmo na Europa e esta é minha ideia.
Estou torcendo aí para estas coisas de indicação ao Grammy, que é um grande sonho meu, já começo a fazer agora trabalhos internacionais, primeiro show em março, no dia 26, no Brazil Foundation que é um show onde vão várias celebridades lá em Miami, de smoking e o caramba, negócio bem louco.
Confira o clipe de Amor de Chocolate