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São, nada mais, nada menos, que 24 anos de carreira e sete discos de estúdio lançados. Com este número o Nada Surf se mantém no time das bandas americanas e alternativas que estouraram lá na década de noventa e se mantem firmes e fortes até os dias de hoje. Vai dizer que não se lembra do hit Popular, muito exibido pela antiga MTV Brasil?

Pulamos para 2016 e o Virgula foi trocar uma ideia com Ira Elliot, para saber mais sobre You Know Who You Are, sétimo álbum da carreira deles, lançado e distribuído no Brasil pela Inker. “Este novo trabalho é baseado em fatos da vida de Matthew Caws (vocalista e letrista). Já na parte instrumental, tivemos influências diferentes dos outros álbuns e que nos levaram a buscar um outro caminho, mais calmo e cheio de melodias”, disse o baterista.

“Quando lançamos o nosso primeiro disco, High/Low, em 1996, éramos bem mais agressivos. É natural que fiquemos mais tranquilos com o tempo, com a chegada da idade. Antes, nossas canções eram mais curtas, tinham no máximo três minutos e meio, e agora são mais elaboradas. Acho que a partir do nosso terceiro disco, Let Go, foi o momento em que resolvemos relaxar (no sentido de ficar mais calmos). Mas, isso não quer dizer que perdemos a energia, apenas a canalizamos de uma outra forma, colocando mais emoção nas composições”, explica Ira sobre a banda ter puxado o freio de mão nas músicas no decorrer do tempo.

Outro detalhe, e trunfo, de You Know Who You Are é que ele é repleto de violões, instrumento não muito visto nos trabalhos mais antigos. “Eu acho que o Nada Surf é uma banda de guitarras elétricas. Ocasionalmente usamos violões em nossos shows, por exemplo. Preferimos guitarras altas. Porém, para fazermos um textura nas gravações acabamos inserindo violões. E você sabe, as composições nascem em um violão. Matthew envia para nós as gravações demos em versões acústicas, antes de inserirmos as guitarras e todo o resto. Acho que, com a inserção do violão as canções ficam mais poderosas”, diz Ira.

Ao ser questionado qual é o momento do dia, ou situação, mais propício para se ouvir o novo disco, ele sugere: “Olha, nunca é fácil pra mim ouvir nossos próprios trabalhos. Quando termino a gravação eu só volto a escutá-lo para estudar as músicas para os shows. Mas, eu penso que meus amigos mentem para mim porque dizem que escutam o álbum 15 vezes por dia. Isso é impossível (risos). Talvez eles escutem em seus apartamentos, quando estão fazendo faxina, ou relaxando. Acho que as músicas funcionam bem nesses momentos (mais risos)”.

No decorrer da conversa falamos sobre o Brasil, um dos assuntos mais esperados pelo músico, e que o fez relembrar das vezes em que esteve em nosso país: “Ah, a comida, os drinks e as melhores festas do mundo (fala meio suspirando). Sempre temos grandes experiências quando vamos ao Brasil, seja nos shows, caminhando nas ruas ou comendo uma pizza em São Paulo. Se não me engano, e se meu cérebro me ajudar, me lembro que em uma das vezes que estivemos aí, tocamos em um festival e Paul McCartney estava tocando na mesma cidade, no mesmo dia, em um Estádio. Mesmo assim o nosso show estava lotado. Sabe, quando você vai tocar em um país que não é o seu, você nunca espera que as pessoas te reconheçam, mas no Brasil as pessoas são empolgadas e sempre vêm falar conosco. Tipo, estou andando na rua e sabem o meu nome. Isso é incrível. Não vejo a hora de voltar”.

Nós também, Ira. Nós também!

Foto: Bernie Dechant

 


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Nada Surf lança disco novo e diz que não vê a hora de voltar ao Brasil

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