“O Lunablu é Britney Spears com guitarra”. É assim que o baterista Thomas Henne define sua banda, que surgiu em 2008 e lança este ano seu primeiro álbum de estúdio.
“Eu sempre quis ter uma banda de rock, e resolvi retomar esse sonho em 2008 quando reencontrei o João (Milliet, guitarrista), meu amigo da época do colégio. Daí como eu já conhecia o Thomas, que é baterista, achamos que seria uma combinação perfeita”, conta a vocalista Valentina Piras.
BANDA DE ESTÚDIO
Falando sobre o surgimento da banda, os músicos comentaram com naturalidade a gravação de seu álbum de estreia. Ainda que o processo tenha sido inverso ao caminho habitual das bandas teen – em vez de conquistar uma base de fãs pela web e em shows, o Lunablu entrou em estúdio direto, sem nunca ter se apresentado ao vivo.
“Achamos que fazia sentido, porque queríamos muito gravar. Como o pai do João trabalha com produção e tal, ficou fácil. Era muito natural para nós estar em estúdio, e como já tinhamos várias canções o processo ficou simples”, continuou Valentina.
Da mesma forma, sem hesitar, a banda afirma ser normal receber a proposta de uma grande gravadora mesmo com pouquíssimos plays no MySpace e apenas algumas músicas divulgadas.
“Foi ótimo pra gente ter recebido a proposta da Universal. E aconteceu sem termos entrado em contato, sem shows, sem divulgação mesmo, só MySpace. Mas acho importante dizer que nós não somos um movimento empresarial, a gente é de verdade”, afirmou João.
INFLUÊNCIAS
“A gente ouve muita coisa. John Mayer, Nickelback, Britney Spears, Backstreet Boys, Spice Girls, Madonna e, claro, Paramore, nossa maior inspiração”, contou Valentina, que acha que o cenário musical brasileiro ainda é muito preconceituoso.
“Muita gente ainda guiada pela mentalidade de que só o rock é bom, e o resto é merda. A gente prefere não ter preconceitos e ficar de fora desse ambiente competitivo entre gêneros”, garante ela.
“Dá para falar que somos Britney Spears com guitarra! A gente ouve muita coisa, não dá pra rotular. Mesmo a nossa maior influência sendo o Paramore, é importante que as pessoas ouçam de tudo e não fiquem de cabeça fechada”, continuou Thomas.
SERTANEJO NO POP
Longe de ignorar a ascensão do sertanejo universitário nas rádios e casas de shows de São Paulo, o Lunablu acha que o crescimento do estilo traz vantagens para a cena pop.
“Acho ótimo que o sertanejo esteja dominando cada vez mais o cenário da música pop. Talvez o público específico do sertanejo, que é gigantesco, volte os olhos para o pop e conheça mais bandas, por exemplo – e talvez até mesmo venha conhecer o nosso som um dia”, afirmaram João e Thomas.
“Além disso, o sertanejo tem muita infra-estrutura, coisa que nós não temos. Pô, esses caras tem tudo, palcos enormes, iluminação foda, paineis de LED gigantescos… já no pop a gente tem q se virar com casas de show com acústicas péssimas. Arranjar lugares legais de tocar em SP é muito difícil”.
