Líder da banda de jazz ReBirth Brass, Philip Frazier, de Nova Orleans, teve sorte. Sua casa e sua tuba sobreviveram ao furacão Katrina.

Centenas de seus companheiros músicos não tiveram a mesma sorte. As enchentes que varreram a cidade quase três meses atrás destruíram não apenas os lares, mas também os instrumentos que os músicos usam para ganhar a vida, jogando dúvidas sobre o futuro da tradição musical de Nova Orleans.

“Fomos muito abençoados”, disse Frazier sobre a volta do ReBirth, depois que seus membros foram instalados em Houston e Baltimore. “Tivemos sorte por poder nos reagrupar e continuar a ganhar o nosso sustento.”

A exemplo de muitos outros que querem voltar à cidade que um dia foi vibrante, músicos exilados enfrentam dificuldades, incluindo falta de moradia, escola e trabalho.

“Noventa por cento deles querem voltar… Mas não há casas nem escolas”, disse Kim Foreman, membro da seção local da Federação de Músicos Americanos.

O New Orleans Jazz and Heritage Festival deve acontecer na data prevista em sua edição de 2006, e alguns clubes reabriram para platéias entusiastas formadas, em sua maioria, por fãs locais.

Mas, ainda que a cidade retome suas atividades culturais, o maior desafio será fazer reviver sua cultura propriamente dita.

“Podemos juntar uma banda de jazz de Nova Orleans, mas estamos preocupados com a próxima geração de músicos”, disse Jaffe. “E se nenhum garoto retornar a Nova Orleans? A marca de Nova Orleans é que ela sempre passa suas tradições para a próxima geração.”


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Músicos temem a morte do jazz em Nova Orleans

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