Nesta terça, 19, Roberto Carlos completa 75 anos, sendo que mais de 50 foram dedicados a sua inabalável carreira musical que tanto amamos. São hits e letras que fazem parte de nossas recordações de vida, ou seja; tantas emoções! Só que, ele não está sozinho. Para que o Rei consiga exibir toda essa maestria sonora nos shows, ele precisa de uma ajudinha: a dos músicos que o acompanham. Eles também fazem o show acontecer. Então, o Virgula bateu um papo com alguns instrumentistas de seu conjunto, que contaram como Roberto é de perto, dentro e fora dos palcos. Digamos que, quase na intimidade.
O trompetista João Lenhari, de 36 anos, está fixo na banda de Roberto desde 2008 e conta que o astro é mega cuidadoso no palco: “Roberto é super perfeccionista. Ele fica atento a todos os detalhes das músicas e do cenário.” Nahor Gomes, de 53 anos, que toca trompete desde 2004 na banda (embora tenha feito uma turnê de 6 meses com ele em 1986), diz mais um pouco sobre o lado profissional do ‘chefe’: ” Roberto sabe muito bem o que quer da música dele. É rigoroso nos ensaios, se preocupa em ter bons arranjadores. Ele também costuma gravar todos os ensaios”.
Ubaldo Versolato, de 58 anos e saxofonista da banda há 7 (ele também fez algumas temporadas com o Rei nas décadas de 80 e 90) fala mais sobre o cantor: “Roberto é perfeccionista ao extremo. Mas ele também se preocupa em deixar a gente bastante descontraído e tranquilo”.
Fora dos palcos, Roberto é um cara mais descontraído, dizem os músicos, mesmo tendo pouquíssimo contato com ele.”A relação que temos com Roberto é bem leve e tranquila. Mas passar momentos com ele são raros porque só o encontramos quando tem ensaio mesmo. Em dia de show vemos ele apenas no palco, na apresentação, porque na passagem de som ele nem costuma ir.”, conta Nahor, e continua: “Geralmente ensaiamos na casa do Roberto. Ele gosta de nos receber muito bem. Gosta de confraternizar, oferece vinho, almoço, faz piadas. Mas são bem raros esses momentos.”
“Temos pouco contato com Roberto porque depois do show ele fica no camarim para receber o público e nós vamos para o hotel. Vemos mais ele nos ensaios. Roberto trata a gente muito bem, conta piada. Aliás, ele é super piadista e deixa a gente bem à vontade. Ele é aquilo que se vê na televisão; um cara super bondoso”.
Óbvio que, acompanhando Roberto há tanto tempo, os músicos devem ter várias histórias para contar. E tem mesmo. “Em um dos shows, durante a música em que Roberto fez para sua ex-esposa, Maria Rita, que morreu em 1999, que é um momento super comovente e delicado da apresentação, quase como uma oração à capela com ele ao piano, eu queria muito ir ao banheiro, e como não toco nessa parte, aproveitei para ir. E o que aconteceu? Quando fui sair do palco tropecei no trombone que estava ao lado, cai no chão e fez o maior estrondo. Uma vergonha. Com certeza Roberto percebeu o barulho todo, mas ele se manteve firme e forte concentrado na canção. Nem falou nada depois, e a gente lembra do episódio e dá risada até hoje”, conta Nahor.
João também tem lembranças interessantes: “Em uma das apresentações que fizemos no cruzeiro, uma fã subiu ao palco para chegar perto do Roberto, e topou com o segurança dele, claro. Só que a mulher era tão forte, mas tão forte, que derrubou o segurança e ainda conseguiu abraçar o Roberto. Mas sabe, ele é o tipo da pessoa que se tivesse visto a moça subindo teria falado para o segurança deixar ela prosseguir na boa. Ele é bastante carinhoso com o público dele”.
Estando na banda, Ubaldo conta em como é ver o show do Rei acontecendo pelo lado de dentro, e não pelo ângulo do público: “O que eu sinto é que os shows do Roberto são como no teatro, cada apresentação é ligada a uma emoção única. Tem shows que ele se emociona de um jeito que eu acho muito tocante. Na música Lady Laura, por exemplo, que ele fez para sua mãe, naquele momento eu percebo que ele chega a ficar todo marejado. A canção tem uma parada, onde ele sai um pouco de cena para tomar uma água e sempre faz algum comentário com o maestro, do tipo: ‘Hoje tá difícil, porque estou muito emocionado’. O Roberto se envolve por completo, e eu que também tenho uma certa sensibilidade, e estando ao ao seu lado, também sinto que tem dias que a coisa pega mais forte mesmo”.
Feliz aniversário, Roberto!