O cantor e compositor francês Henri Salvador morreu nesta quarta-feira (13), aos 90 anos, em Paris, vítima de um aneurisma, segundo divulgou sua gravadora.
Salvador chegou a morar e se apresentar no Rio de janeiro entre 1942 e 1945, era amante da bossa nova e era considerado um dos mais importantes nomes da tradicional música francesa.
Nascido na Guiana Francesa, Salvador mudou-se com sua família para a França aos 7 anos e se apaixonou por música aos 12 anos, quando ouviu discos de Duke Ellington e Louis Armstrong.
Ganhou um violão do pai e aprendeu a tocar sozinho, participando de seu primeiro show aos 17 anos, com uma orquestra, que seguiria com ela por quase uma década, até se lançar como cantor solo após sua temporada morando no Rio.
Em terras tupiniquins
Salvador serviu no Exército francês e, após, integrou-se à banda de Ray Ventura em uma turnê sul-americana, em 1938.
O grupo fez uma temporada no hotel Copacabana Palace, no Rio, e Salvador decidiu permanecer na cidade, onde construiu uma reputação tocando no célebre Cassino da Urca.
Apesar de a imprensa francesa creditar uma das composições de Henri, Dans Mon Île, de 1957, como inspiradora de Tom Jobim na criação da bossa nova, o próprio compositor francês, em entrevista à Folha em março passado, negou o título de “criador da bossa nova”:
Não gosto que digam isso. Não sou capaz, sou um pequeno compositor comparado a Tom Jobim. Sou um pequeno melodista francês. Jobim é gigante.
O francês, que recebeu, em 2005, a Ordem do Mérito Cultural entregue pelo presidente Lula e pelo ministro da Cultura Gilberto Gil, também disse que o ritmo brasileiro foi muito importante para sua carreira.
Révérence (2007), último disco de Salvador, tem uma versão em francês de Eu Sei Que Vou Te Amar e foi gravado no Rio, com o maestro e arranjado Jacques Morelenbaum.
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