Mombojó


Créditos: Divulgação/José de Holanda

Radiohead, Tortoise, Justin Timberlake, Cidadão Instigado e Stereolab são algumas da referências do novo disco do Mombojó, Alexandre (Slap), que a banda lança nesta quinta-feira (03) no Sesc Pompeia.

No disco, a banda pernambucana abriu mais espaço para a experimentação, com mais improvisos e programações de bateria eletrônica, na definição deles próprios, menos canção e mais música. “Acho o cenário da música brasileira mais democrático hoje em dia, por conta da facilidade ao acesso com mídias alternativas. Isso nos faz conhecer mais sons novos. Mas também nos faz notar certa repetição”, sustenta Vicente Machado, baterista do grupo, em entrevista ao Virgula Música, diante da pergunta sobre o que mudou em relação ao início do Mombojó, há 13 anos.  

“Sucesso pra mim é a capacidade de realização das ideias da banda. Nunca fomos uma banda de grande venda de discos, mas sinto que trabalhamos sempre numa crescente. Devagar e sempre. Com cada vez mais proximidade de quem sempre nos influenciou musicalmente, e da nossa viagem musical particular. Acho legal a busca pela aproximação das pessoas que nos ouvem, que vivem nossas músicas de diferentes formas em suas diferentes vidas”, afirma.

A aproximação com a banda franco-britânica é a mais evidente do disco. Laetitia Sadier, vocalista do grupo, é coautora da faixa Summer Long. As outras participações são de China, que assina em parceria com a banda a composição das faixas Hello e Pro Sol; Céu (voz) e Pupillo (programação) na música Diz o Leão, que conta ainda com o guitarrista Yuri Queiroga, que também toca em Me Encantei Por Rosário; Dengue (baixo) em Dance; o violinista Pedro Mibieli em Cuidado e o pianista Vitor Araújo em Rebuliço e Ping Pong.

O álbum foi masterizado no estúdio Streaky Mastering, em Londres, por Streaky Gee, gravado e mixado nos estúdios RootSans (SP), Totem (CE), Mundo Novo (PE), Estúdio Das Caverna (PE). Rodrigo Sanches, Homero Basílio e Mombojó assinam a produção de Alexandre.

Sobre outros nomes da cena atual que gostam e indicam, a escolha é doméstica. “Eu gosto muito de Siba, que por mais que seja da cena musical há anos, sempre aparece com ótimas novidades. Acho de muito bom gosto”, afirma Vicente, que vê a fertilidade do mangue beat como um empurrão no começo da carreira do Mombojó. 

“O mangue beat deu uma remexida na cena musical em geral, e por ser de Pernambuco, puxou o foco com bons olhares para as novidades pernambucanas. Acho que o Mombojó pegou em parte essa corrente de bons fluidos. Quando começamos a girar com o Nada de Novo eu lembro que muita gente ia nos shows sem conhecer o nosso som, apenas por ouvirem falar que era uma banda nova pernambucana e passaram a curtir vendo o show”, aponta.

Se o mainstream é cada vez mais restrito, talvez seja hora de fortalecer o underground. Assim, o Mombojó dá um passo a ser seguido por outras bandas que tentam manter um pé lá e outro cá.

SERVIÇO

Mombojó, lançamento de Alexandre
Quando: Quinta-feira (03), às 21h30
Onde: Choperia do Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93, Pompeia
Quanto: de R$ 4 a R$ 20
Vendas: Venda online e nas bilheterias do Sesc
Capacidade: 800 pessoas
Classificação: Não recomendado para menores de 12.
Informações: (11) 3871-7700


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Mombojó lança disco nesta quinta (03) e vê 'repetição' na nova música brasileira