Dominic Aitchison, baixista da banda escocesa Mogwai, estava sob o frio de 10 graus Celsius tentando decidir o que colocar na mala que trará ao Brasil, onde o grupo se apresentará em turnê a partir de 14 de maio.
“Conheço poucas coisas do Brasil, mas sei que aí é muito quente e estou esperando muito calor. Acho que vou passar muito calor”, disse Aitchison em entrevista à Reuters por telefone.
Depois de ser avisado de que a temperatura em São Paulo anda em média 20 graus (e não 40, como ele imaginava), o baixista ficou mais tranquilo.
“Bem, então não faço idéia do que esperar do Brasil. Só posso torcer para que o público responda positivamente aos nossos shows”, afirmou Aitchison.
O Mogwai se apresentará dias 14 e 15 em São Paulo, no Sesc Vila Mariana, dia 17 em Belo Horizonte, no Festival Eletronika, e dia 18 no Rio de Janeiro, no Super X-Tudo — Edição Especial Midsummer Madness.
Segundo o baixista, o repertório da banda terá músicas de seus mais recentes álbuns, “The Rock Action” (2001) e “Come On Die Young” (1999), além de retrospectivas de discos como “Ten Rapid” (1997) e “4 Satin” (1998).
“Acho que também iremos tocar canções novas, que poderão fazer parte do nosso novo disco, a ser lançado no começo de 2003.”
Esse quinteto escocês, formado em 1995 por Aitchison (baixo), Stuart Braithwaite (guitarra e vocal), John Cummings (guitarra) e Barry Burns (guitarra e teclados), gosta de misturar diversas vertentes da música eletrônica, como ambience e tecno, com rock barulhento e distorcido.
Sua sonoridade costuma ser classificada de post-rock, ao carregar melodias longas e semi-hipnótica, com influências de My Bloody Valentine e Sonic Youth.
Comparando “Ten Rapid”, coletânea que reúne os singles mais simplistas produzidos pelo Mogwai, com “Rock Action”, um dos mais melódicos, é possível perceber as nuances da banda e suas transformações ao longo de sete anos de carreira.
Mas Aitchison garante que a banda pretende resgatar a barulheira original. “Nosso próximo álbum deverá ser pesado, misturando um pouco de eletrônico com muito barulho”, contou o baixista. Por que essa volta à “desordem”? “Diversão”, confessou.