Bombino durante show no Mimo 2015, no Parque Lage, no Rio de Janeiro.
Rogério von Kruger/Mimo/Divulgação
A alcunha de “Hendrix do Saara” não é piada e nem exagero. Omara ‘Bombino’ Moctar explica as repetidas comparações com o lendário guitarrista diversas vezes: sempre que encosta na guitarra. Atração do festival Mimo 2015, no Rio de Janeiro, o músico do Níger deixou o público que lotou o Parque Lage boquiaberto neste sábado (14).
Bombino, cujas primeiras notas soaram na música internacional em 2011 com o lançamento do álbum Agadez e seu sucessor, Nomad (2013), mostrou para os brasileiros o que sabe de fazer melhor: tocar guitarra. Com um quarteto bem básico, com baixo, bateria e duas guitarras, há expectativa de um som previsível, mas não é isso que acontece.
O músico do Níger, que é autodidata, possui características invejáveis para qualquer guitarrista: velocidade, técnica e habilidade para explorar notas e improvisar. Mas Bombino vai além, utilizando-se de escalas e progressões melódicas exóticas para o nosso viciado ouvido ocidental. Com esta sonoridade única, o músico trabalha temas comuns de sua região, mas de forma elétrica e intensa.
A fama de Bombino o colocou próximo de pessoas influentes, como Dan Auerbach, do Black Keys, que produziu seu álbum, cujas faixas integraram boa parte do setlist apresentado no Parque Lage.
Falando em francês, o guitarrista saudou o público carioca e pediu palmas para acompanhar em algumas faixas. E foi devidamente correspondido, ganhando até um “je t’aime”.
Não bastasse toda a complexidade de seus fraseados em riffs e solos, Bombino e sua banda têm forte presença de palco. Vestindo trajes típicos, dançam sempre que podem, erguendo os pés na altura dos joelhos de forma sincronizada. Mais lenha na fogueira do público do Parque Lage, que foi ao delírio com o som desse “Hendrix do Saara”.
