O quarteto instrumental Meneio lançará seu segundo álbum em abril com a Balaclava Records e criou uma campanha de financiamento colaborativo. Singles do disco saem em março.
Formado em 2013, o Meneio lançou seu primeiro álbum homônimo em 2015 e circulou por alguns dos principais palcos da música instrumental, casas de show e festivais independentes.
Em paralelo, o grupo seguiu amadurecendo seus processos de composição, misturando o formato banda (bateria, baixo e guitarra), com sintetizadores, samples e elementos eletrônicos, de forma a criar atmosferas únicas para cada música.
“Meneio significa balanço, oscilação, movimento. Movediço é aquilo que se move muito, sem fixidez, cujo movimento é quase natural mas suscetível a mudar de posição, inconstante. Sugere sobre as sensações e narrativas das músicas, mas fala também sobre os sentimentos contemporâneos e o próprio processo artístico, a inspiração e o fluxo artístico por caminhos tortuosos.”
O disco tem a produção assinada pela própria banda, teve as baterias gravadas no Estúdio El Rocha com o Fernando Sanches e o Eric Yoshino, e os demais instrumentos no estúdio Mouseen por Jovem Palerosi.
A mixagem é de Felipe Julián (Craca), antigo parceiro da banda e a identidade visual é assinada pela artista Haxatag, que também co-assinou o primeiro álbum do grupo e é VJ nas apresentações ao vivo.
Com lançamento marcado para março pelo selo Balaclava Records, o grupo lança agora uma campanha de financiamento colaborativo via Catarse para que os fãs e entusiastas possam contribuir com os custos de finalização ao mesmo tempo em que adquirem diversas recompensas exclusivas, que vão desde a cerveja artesanal da banda, ecobag, pôster, camiseta, livro, cartão-postal e a pré-venda do álbum, além de workshops e o show audiovisual do grupo.
“Acredito que a música instrumental no país esteja em um loop de ressignificação e re- existência. Antigamente era muito marcada pelo jazz, rock progressivo ou ritmos regionais, já na contra-mão do grande público. Com a democratização dos meios produção nos últimos 15 anos, se tornou um pouco mais acessível e cresceu em quantidade, qualidade e nas possibilidades artísticas, mas infelizmente isso não significou um amadurecimento e estabilidade da cena, pois no Brasil ainda é uma linguagem que não consegue sobreviver de forma autônoma, entra em campos de experimentação e inovação que precisa de incentivos culturais mais amplos para formação de público”, afirma Jovem Palerosi.
“Talvez em outros tempos a peneira fosse ainda mais fina e se sobressaíam alguns poucos artistas, que então desfrutavam de estruturas para amadurecer sua linguagem e trabalhar as composiçoes de forma contínua, construir uma discografia mais sólida e talvez uma agenda de shows considerável. Atualmente, mesmo com a quantidade de ferramentas e possibilidades da era digital, estes ainda são desafios até mesmo para bandas com mais de 10 ou 15 anos de formação”, continua.
“Ao mesmo tempo em que surgiram muitos festivais que começaram a incluir mais grupos instrumentais contemporâneos (ou clássicos) em seus lineups, a tendência do mercado sempre é afunilar as linguagens artísticas em nichos, algo que é mais complicado para a música instrumental, pois a liberdade criativa faz com que grande parte dos grupos misturem diversos gêneros e justamente expanda esse limite. Porém a sensação de nadar contra a maré sempre teve um ar de desafio e aventura, e tanto os mestres do passado quanto os heróis do presente estão escrevendo uma história inspiradora e muito rica artísticamente, que mesmo aos poucos, cada vez mais pessoas estão descobrindo, a energia está viva”, completa Jovem.
Confira a campanha e contribua em: https://www.catarse.me/movedico