“Vocês assistiram ao Rock in Rio ontem? Ok, foi legal, mas hoje vai ser bem melhor“, disse Bon Jovi no show de sábado, 23, no São Paulo Trip, ao ver o Allianz Parque completamente lotado. Eram mais de 40 mil fãs histérico(a)s gritando a cada gesto do vocalista, a cada passo ou levantada de braços. Situação igual só foi vista quando Justin Bieber ou Ed Sheeran estiveram no estádio para shows, e olha que o(a)s fãs de Bon Jovi em sua maioria não são adolescentes, possuem mais de 30 e 40 anos. Antes de começar, uma mulher cadeirante, de uns 50 anos aproximadamente, chorava aos prantos para os bombeiros dizendo que não queria assistir ao show da área destinada aos deficientes porque era longe do palco e ela precisava ficar na Pista Premium perto do seu ídolo. Era esse tipo de comoção.
A verdade é que Jon Bon Jovi, aos 55 anos, será o eterno crush de todas as mulheres roqueiras (e homens também). E não é só por causa do seu cabelo grisalho atual e seu sorriso de conquistador, o cantor esbanja carisma no palco e sabe como poucos conduzir um grande show. Ele canta, dança, agita, rebola, abraça os outros músicos, interage com o público e vai para perto dele. Olha no olho mesmo, e faz todos ali se sentirem à vontade para se jogar de braços abertos em cada música.
No setlist estavam todos aqueles hits esperados que fazem qualquer fã de hard rock se esgoelar nos refrões. E quantos hinos esse Bon Jovi tem, hein: It’s My Life, Livin’ on A Prayer, Wanted Dead or Alive, Bed Medicine, Have a Nice Day e muito mais. Os paulistanos ainda tiveram sorte (ou foi merecimento pela empolgação?), pois a banda preparou uma surpresa: Always e These Days, ambas ignoradas no show de Porto Alegre e Rock in Rio, foram inseridas no repertório. O público amou sim ou com certeza?
Tirado a empolgação e músicas inseridas no set, a apresentação seguiu igual a do Rock in Rio, com uma garota subindo ao palco e dançando coladinha com Bon Jovi em Bed of Roses (a moça ainda roubou um selinho do cantor, causando inveja em quem estava ali). Também esteve presente aquele fator que todos já sabem, porém não ligam: sua voz não é mais a mesma. Está mais fraca, mas continua honesta, natural e sem grandes truques para parecer melhor ao vivo.
Se foi mesmo melhor que o Rock in Rio, o músico deu a entender que sim com palavras e gestos. O público também respondeu a altura. Ao final o que importa mesmo é que todos saíram satisfeitos de seus shows no Brasil. Agora, o difícil é conseguir tirar da cabeça algum de seus hits que vão ficar ecoando em looping no inconsciente de cada um. Será a semana toda cantando “It’s my liiife. It’s now or never. I ain’t gonna live foreeeever…”