Max Cavalera é um cara que não tira férias. Se ele não está trabalhando com o Cavalera Conspiracy (que mantém com o Iggor), ou com seu projeto paralelo, o Killer Be Killed, está à frente de sua banda principal, o Soulfly, que acaba de soltar Archangel, o décimo álbum da carreira do grupo, lançado no Brasil pela gravadora Golfetti.
Archangel chega PESADO, e é um dos trabalhos mais nervosos da carreira do Soulfly, e talvez até do Max, que em conversa com o Virgula, explicou essa obsessão atual pela agressividade: “Cara, quanto mais velho eu fico mais eu gosto de metal extremo e rápido, então a ideia do novo álbum foi fazer um lance mais pro Death Metal mesmo, que é o estilo que eu tenho escutado muito, com bandas como Behemoth e Belphegor. Tem gente que até me pede para voltar a fazer um lance mais tribal, e outros gostam do jeito que está, então vou decidindo de acordo com o que estou ouvindo. E os convidados do disco também ajudaram a deixar a coisa mais sinistra; Todd Jones, do Nails, cantou em Sodomites, e Matt Young, do King Parrot, colaborou em Live Life Hard!“.
Escute “1 We Sold Our Souls To Metal” por Soulfly
Max também comentou sobre a grande quantidade de convidados nos álbuns do Soufly, que chegou a ser uma marca dos trabalhos da banda e foi diminuindo com o tempo: “O disco Primitive (que eu considero excelente) tinha muitos convidados; Tom Araya, do Slayer, Corey Taylor, do Slipknot, Chino Moreno, do Deftones, e até o Sea Lennon, e recebeu muitas críticas negativas por causa disso, daí eu aprendi. Agora mantenho um número de apenas dois convidados por álbum. Acho que é uma boa quantidade”.
Para Max, estar em uma banda sempre foi sinônimo de família, desde quando tocava com seu irmão no Sepultura, e agora não é diferente, pois seu filho Zyon assumiu oficialmente a bateria do grupo. “A maioria dos fãs adoram ver esse lance de pai e filho tocando juntos. Ele se adaptou muito bem no Soulfly, traz um sangue novo nos shows e toca sempre de forma diferente. É um animal!”, conta ele.
E como rola esse lance do Zyon ser da banda e da família? Você sabe quando é para ser pai e quando é para ser líder de banda? “Quando estamos em turnê eu deixo o lado pai descansando em casa e dou um start no lado músico. Então, eu falo com ele como se fosse um músico e não filho. E tem dado muito certo”, revela o vocalista.
Faz pouco tempo que Max fez as pazes com o Brasil e tem voltado cada vez mais para extensas turnês. Porém, os planos do músico com o nosso país vai além dos shows: “Quero gravar um disco no Brasil e acho que essa ideia ainda vai rolar no futuro. Não sei se com o Soulfly ou com o Cavalera, mas vai rolar. Inclusive, tenho até vontade de ter uma casa de férias por aí, talvez no Nordeste, para que eu possa relaxar e matar a saudade”, finaliza ele.
E a gente diz: “Pode vir Max, a porta está aberta!”
A fúria de Max Cavalera
Créditos: Reprodução/Facebook/Soulfly