O ex-vocalista do grupo Alma D’jem, Marcelo Mira está de volta à EMI, gravadora na qual gravou seu primeiro álbum solo, o Roda Gigante. Primeira música de trabalho, Passos pela Rua já está em rotação nas FMs. Nesta produção, Mira expandiu sua experiência em compor e cantar e junto do produtor DeepLick, criou um projeto que ele mesmo diz ser de “música moderna”. Conversamos com o cantor, que nos contou sobre suas influências, a parceria com DeepLick e sobre os elogios recebidos pela cantora Wanessa Camargo. Confira:

A Wanessa Camargo comentou em uma entrevista aqui no Virgula que curte muito o seu som que você é uma aposta da música brasileira. O que você achou disso?

Achei muito bacana. Fiquei sabendo pela Internet. Ela vai gravar um disco com o DeepLick também, então estou envolvido com as canções, rolou uma sintonia legal. Acho a Wanessa uma pessoa bacana, que tem uma história legal, da família, da batalha, que a gente ficou sabendo pelo filme Dois Filhos de Francisco. Já tinha simpatia por ela, fiquei muito feliz com esse reconhecimento.

Quais as novidades da carreira solo em relação ao que você fazia com o Alma D’jem?

Como me juntei ao Deeplick, que vem de um cenário mais eletrônico, ele acrescentou uma modernidade no estilo de compor, de criar, de tocar. Ele tem acertado muito nessa mistura da música brasileira com o eletrônico. Os primeiros lugares nas rádios do Brasil dos remixes, são dele, Seu Jorge, Wanessa da Mata e agora o da Marisa Monte.

Você já disse que o cinema te influencia muito. Quais são seus diretores e filmes preferidos?

No Brasil, Jorge Furtado, o Padilha, essa galera nova. Lá de fora, gosto do Tarantino, do Almodóvar. Gostei dos filmes do Robin Williams, nessa linha bacana de tendências humanistas, sensíveis. Também curti a Amélie Poulain. A forma narrativa e o colorido me influenciaram pra caramba.

E músicas? Que sons você costuma ouvir que influenciaram seu trabalho?

Ouvi muita MPB em casa, até porque meus pais ouviam. Eu prestava mais atenção na letra das músicas, então ouvi muito Chico, Djavan, Caetano, Gil. Nos anos 80, comecei a ouvir muito rock brasileiro, como Capital, Legião, Paralamas, Plebe Rude. Depois busquei os sons de raiz, da black music, e do samba brasileiro. Meu primeiro contato com o reggae não foi com o Bob Marley, foi com Paralamas e The Police, quando ouvi nem sabia o que era. Ouvi a música Você do Tim Maia na versão dos Paralamas e gostei. Mais tarde que eu fui ouvir o Bob e essa galera da Jamaica.

O que você achou de trabalhar com o Deeplick?

Ele foi um presente que a vida me deu em 2008. A banda tinha recém terminado e eu estava meio sem saber que caminho ia tomar, que sonoridade eu ia buscar. Uma semana depois ele me telefonou e disse que queria produzir um disco do começo. Pra produzir mesmo, não pra remixar. Ele disse que tinha muita gente falando que eu estava pronto para fazer uma coisa grande, bacana. Aí eu topei o teste. Rolou uma química não só sonora, mas uma amizade também. O cara é antenadaço, muito simples, humilde, inteligente.

Por que o nome do álbum é roda gigante?

Por dois motivos: pelas voltas que a vida dá, essa coisa da roda gigante, na qual uma hora você está embaixo, outra hora está em cima. Quando tá em baixo, você quer subir e quem ta lá em cima não quer descer. E porque o disco é leve, e queríamos que passasse a alegria da hora das gravações e da produção. A temática, então, é toda baseada em um parque de diversões. O disco, o site que vai ao ar semana que vem, o cenário do show, têm toda essa coisa de resgate de uma criança interior.

Você se identifica com alguma banda atual?

Tenho resgatado muito o Jamiroquai. Tem coisa bacana nele, a sonoridade de 15 anos atrás, mas que ainda soa moderna. É dançante, melódico. Tô ouvindo tanta coisa que é difícil dizer. Semana que vem já pode ser outro som.


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Marcelo Mira conversa com Virgula sobre álbum Roda Gigante

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