Mano Brown foi o convidado do Virgula.Mix nesta quarta-feira (22), onde foi para falar sobre seu novo disco, Boogie Naipe, o primeiro de sua carreira solo e que surpreendeu a crítica por mostrar uma face diferente do rapper, que fala sobre amor e até canta em algumas faixas.

Na conversa, Brown abriu o jogo e opinou sobre vários assuntos, como o protagonismo da mulher no rap, o machismo que esteve presente com força no estilo no passado, a relação com os filhos e a experiência de se lançar sem os Racionais no mundo da música.

Mano Brown

Gabriel Quintão/Virgula Mano Brown

A turnê de Boogie Naipe começará em maio, quase seis meses após o lançamento do disco. Os primeiros shows são em São Paulo, no Citibank Hall, em 12 de maio, em Goiânia, no festival Bananada, dia 14 do mesmo mês, e no Circo Voador, Rio de Janeiro, no dia 20.

Leia os principais trechos da entrevista: 

“Acho que a grande novidade no rap virá pelas mulheres. Tudo que os homens falaram, agora dará lugar para o que as mulheres vão falar, porque elas estão reivindicando mais, elas têm mais coisas a conquistar, né? Tem uma defasagem da mulher para o homem.”

“O Racionais é pesado, o Racionais é muito assediado, tá o tempo todo em volta do meu trabalho.”

“Eu tenho como exemplos os caras que vêm da periferia e fazem uma música de alto nível. Arlindo Cruz, Zeca [Pagodinho], esses compositores. A época do Fundo de Quintal, esses são o exemplo para mim. Seriam o Marvin Gaye do Brasil.”

“Eu venho do gueto, eu sou da periferia. Isso está impresso na minha cara e não vai mudar nunca. Eu não vou mudar nunca.”

“A minha música nasceu dentro do gueto, ela tem cara de periferia. Isso não vai mudar nunca.”

“É nossa família. A periferia é a nossa família, você não vai abandonar a família porque quer gravar um disco romântico. Jamais eu abandono, por nada, porque é compromisso. O rap é compromisso e o meu R&B/soul também é compromisso.”

“Anos 1990 era muito murro em ponta de faca, era um outro Brasil, uma outra cultura.”

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Créditos: Gabriel Quintão

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Mano Brown garante: "a grande novidade no rap virá das mulheres"