Ela tem causado furor na mídia e tem colecionado elogios de grandes veículos de comunicação. Já foi chamada de menina-prodígio e é promessa no cenário musical que, já no início do ano, começa a despontar novos músicos de valor.
Com apenas 15 anos, o talento musical de Mallu Magalhães, que faz um som com o pé no folk, é evidente. Isto está fora de questionamentos. Mas, talvez a imprensa esteja fazendo muito barulho para um começo de carreira. Será?
Pensando nisso, nós do Virgula Música, fomos atrás da simpática Mallu que nos contou o que acha de todo esse assédio da mídia, quais rumos dará a sua carreira e mais. Confira!
Você tem quatro músicas gravadas, que estão disponíveis no seu Myspace. Você pretende lançar um álbum completo?
Mallu Magalhães: Na verdade eu tenho bastante composições a mais. Mas, achamos que um CD agora não é uma boa. A gente está em cima do projeto de uma demo, com seis músicas, sendo quatro inéditas. Não sei exatamente quanto tempo vai demorar, mas é possível que saia no fim de março, começo de abril.
O que você acha desse assédio da mídia que a chama de menina prodígio e aposta em você e outras poucas garotas, como a nova geração de boas cantoras com um pé no folk?
Mallu Magalhães: Acho bom, porque é divulgação. Mas é aquele negócio: tem que tomar cuidado para não ficar deslumbrada, porque na imprensa as notícias estão sempre se renovando, então a pessoa pode estar no pico num dia, e depois cai. Mas, acho que quando a pessoa está preocupada com a música e não com a imprensa e dinheiro, se fizer a música de coração, ela consegue se manter.
O que você acha de outras cantoras inseridas nesse meio que também tem recebido atenção da mídia, como Stephanie Toth?
Mallu Magalhães: Assim, acho que o músico tem que ter humildade de ouvir o som de outros músicos para conhecer… Mas, sei lá, não é bem o som que costumo ouvir. Acho que nossos estilos são bem diferentes, até pela voz e a coisa toda.
Muita gente confunde também, acha que só porque é violão de caixa grande, então já é folk. Eu mesma não sou completamente folk. Mas acho legal o negócio de o pessoal jovem ter oportunidade. Claro que tem que ter um senso crítico para não pegar qualquer um só porque é jovem, sabe? É jovem e tem música no MySpace…Mas, de qualquer forma, tem muita gente boa aparecendo.
Como foi o processo de você conseguir esse boom na mídia?
Mallu Magalhães: Foi o pessoal que começou a correr muito atrás, eu não cheguei a procurar ninguém. Foi uma etapa que eu pulei, mas que começou mais ou menos desse jeito, eu nunca tive a pretensão de aparecer tanto na mídia. Mas, eu pensei: se está acontecendo vou agarrar as oportunidades. É aquele negócio, divulgação para um músico é sempre bom.
O primeiro passo foi eu colocar as músicas no MySpace, há quase uns quatro meses. Depois começou a surgir nos blogs e teve o primeiro show na Clash [Club]. Antes, uma moça ouviu meu som, achou legal e disse que tinha uma amiga que era produtora, chamada Indaiara. Então, ela me ligou e chamou para abrir para o Vanguart. E para mim foi incrível, porque eu sou super viciada na banda.
Além da apresentação no Clash, os outros shows, no Milo e agora no Studio SP aconteceram por meio de convite também?
Mallu Magalhães: Foi tudo convite. Eu pulei esse lance de bater em porta e correr atrás, mas ao mesmo tempo eu estou me esforçando pra caramba. Tem que dar tudo de si, senão não dá conta.
Aos poucos você está se inserindo no circuito de casas noturnas de São Paulo, onde várias bandas independentes se apresentam também. Você já teve contato com algumas das bandas desse meio?
Mallu Magalhães: Tenho contato com o Hélio [vocalista] do Vanguart, com o Forgotten Boys, principalmente com o Zé [Mazzei, baixista do Forgotten], que vive me dando dicas de música, ele é viciado em Bob Dylan, então quando preciso de umas opiniões sobre música, eu falo com ele.
Além de seu amigo, Mané, tem mais alguém cuidando dessa parte da produção da sua carreira de cantora?
Mallu Magalhães: Eu tenho meio que um empresário, que é meu guru, o Rossatto da Agência de Música, que é amigo do pai de uma amiga nossa. Ele é quem está cuidando de verdade para eu não tropeçar. Já o Mané é meu amigo, que me ajudou desde o começo e, por isso, foi promovido a produtor.
Quando você começou a ouvir Johnny Cash e Bob Dylan? Além desses quais outros músicos ou bandas você curte?
Mallu Magalhães: Faz uns dois anos e meio que comecei a ouvir. Mas não é só isso que ouço. Para não limitar o meu som, eu costumo dizer que o que toco é um folkabilly ou um folknroll, pois não quero abandonar as outras coisas que curto, como Beach Boys, Beatles (logicamente). Vai de tudo, desde os blues antigos até Chuck Berry, Larry Williams e Tom Waits. Vou viajando por ae.
O fato de você ter saído em jornais te ajudou de uma forma positiva a tornar-se popular na escola, as pessoas se aproximaram mais de você?
Mallu Magalhães: Eu mudei de escola no final do ano passado. E tudo isso [a publicidade] aconteceu nas férias. Então, eu não sabia o que ia ser na nova escola. O que aconteceu foi, quando eu ainda estava no antigo colégio e havia acabado de colocar as músicas na internet, algumas pessoas ouvirem e comentarem a respeito, apoiarem.
Desde que mudei, tenho achado bem engraçado. Um amigo, hoje, chegou com um jornal e ficou rodando a sala inteira com ele. É divertido para mim e para eles. Engraçado, inclusive, porque nas férias eu e minha irmã estávamos bolando umas estratégias para eu me enturmar com as pessoas, mas nem precisou. O pessoal está sendo bem simpático.