Evanescence


Créditos: divulgacao

O quarteto americano The Used atraiu muitos olhares de jovens e adolescentes em 2002, quando lançou um álbum homônimo repleto de raiva, amargura e contrastantes melodias dóceis e assobiáveis.

Era o início da explosão do “emo” nos anos 2000, uma mistura de pop e hardcore que roubou o nome de um estilo derivado do punk oitentista, caracterizado por letras de amor cantadas agressivamente. Mesmo rejeitando o rótulo, a banda foi automaticamente ligada à cena emo, e caiu de popularidade com o declínio de grupos similares.

Dez anos e muitas histórias depois, o The Used acaba de lançar o quinto álbum da carreira, Vulnerable, e volta ao Brasil como atração de abertura da turnê do Evanescence por aqui (veja o serviço completo no fim da página).

Nesse intervalo, a carreira do grupo formado em Utah não se tornou o fenômeno que se esperava após o sucesso do primeiro álbum. In Love and Death (2004) e Lies For The Liars (2007) apostaram em uma sonoridade pop demais para parte dos fãs, e quando a banda voltou a soar crua e pesada, em Artwork (2009) muita gente nem sabia que o quarteto ainda existia.

Vulnerable, o primeiro álbum do grupo a ser produzido fora de uma grande gravadora, consegue misturar o peso e o pop um pouco melhor, adicionando elementos de música eletrônica no caminho – uma decisão nada consciente, segundo o vocalista do The Used, Bert McCracken.

“Não decidimos se vamos soar mais leves ou mais pesados, é uma evolução natural do que a banda quer fazer”, explica McCracken ao Virgula Música. “Nunca tivemos a intenção de fazer nenhum tipo de som específico, simplesmente deixamos acontecer. Sempre tentamos somar [ao estilo do The Used] vários gêneros diferentes que gostamos de ouvir, de eletrônica a pop, R&B, hip-hop ou punk rock. Há espaço para tudo”.

Além de acertar a trilha para o The Used, Vulnerable soa mais otimista e positivo que os últimos lançamentos. Segundo Bert, essa mudança aproxima o álbum do disco de estreia do grupo.

“Ambos têm uma visão mais confiante de tudo, do tipo ‘levante-se e faça você mesmo’. Artwork é um álbum muito negativo, eu escrevi sobre muitas coisas ruins nele. Achei que seria terapêutico para mim, desta vez, fazer o contrário”, revela.

McCracken começou a carreira com o comportamento de um grande rockstar. Além de se apegar às drogas e ao álcool, o vocalista namorou a cantora Kelly Osbourne, filha de Ozzy Osbourne, durante as gravações do reality show The Osbournes. Bert berrava incontrolavelmente em cima do palco, e de tanto esforço chegava a vomitar.

Mais tranquilo, McCracken parece mais consciente com as consequências que um estilo de vida sem regras pode ter sobre sua carreira e seu corpo. Apesar de não dizer se está sóbrio ou não – “minha vida pessoal é a minha vida pessoal” – o vocalista procura se preservar um pouco mais, e afirma que a idade o deixou menos revoltado.

“Operei minha garganta para retirar um nódulo em 2007, mas além disso, hoje eu tenho 30 anos e muito menos motivos para gritar do que quando eu tinha 20”, avalia. “Crescemos muito, e temos uma outra visão do que precisamos fazer para empolgar o público. Não preciso me levar ao extremo toda vez”.

Mesmo mais maduro, Bert anima-se ao falar da nova passagem pelo Brasil, país que lembra com carinho desde a última vinda, em 2007.

“Lembro que o nosso show em Curitiba foi selvagem. Foi em uma casa pequena, mas quando começamos a tocar o público não parava quieto – parecia que estávamos em um ginásio enorme, ou algo parecido”, relembra. “Desta vez vamos tocar todas as músicas que todos querem ouvir, um pouco de todos os álbuns. Nos deram apenas 45 minutos de palco, mas vamos fazer valer a pena”.



Serviço:

Evanescence & The Used

Porto Alegre
Data: 04 de outubro (quinta-feira)
Local: Pepsi On Stage
Abertura dos portões: 19h
Horário dos shows: 20h30
Classificação Etária: 14 anos
Ingressos: Livepass

Rio de Janeiro
Data : 06 de outubro (sábado)
Local: HSBC Arena
Horário abertura portões: 19h
Horário dos shows: 20h30
Classificação etária: 16 anos
Ingressos: Livepass

São Paulo
Data: 07 de outubro
Local: Espaço das Américas
Abertura dos portões: 18h
Horário dos shows: 20h
Classificação etária: 16 anos
Ingressos: Livepass

Recife
Data: 11 de outubro
Local: Chevrolet Hall
Abertura da Casa: 21h
Classificação etária: 14 anos
Ingressos: Ingresso Rápido

Fortaleza
Data: 13 de outubro
Informações: Ceará Music Festival


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Mais maduro e consciente, The Used volta ao Brasil para abrir shows do Evanescence