O maestro e pianista argentino-israelense Daniel Barenboim afirmou na sexta-feira (04) à Agência Efe que é “uma infâmia” que tenham matado três meninos israelenses, mas que Israel não tem o direito de responder com um bombardeio.

Barenboim, que se apresentará amanhã e depois em Madri e no dia 7 em Barcelona, assegurou que está “muito dolorido como ser humano e como israelense” pelos adolescentes sequestrados na Cisjordânia que apareceram mortos na segunda-feira passada, mas também “pelo fato de o governo de Israel se sentir no direito de administrar uma culpabilidade coletiva”.

“Já aprendemos isso na Segunda Guerra Mundial: que nenhum ser humano tem o direito de fazer isso. Que encontrem os que fizeram uma coisa tão infame como matar três crianças, mas não bombardeiem toda uma região”, ressaltou.

O pianista está convencido que o “grande problema” da orquestra que fundou em 1999 junto com o intelectual palestino Edward Said, a West-Eastern Divan, formada por músicos árabes e israelenses, é que “está a anos, a gerações, antes de seu tempo”.

Divan, como ele a chama, é “muito bem-vista por uma minoria em Israel e uma minoria na Palestina e muito mal vista pela maioria, que está criando todos os escândalos e toda a crueldade que há agora na região”.

As pessoas que “não veem a necessidade da Divan”, disse, em referência à polêmica de dois anos atrás com um porta-voz do Partido Popular que questionou a continuidade da orquestra na Espanha -sua sede está na cidade sevilhana de Pilas -, é “por coisas” que não têm nada a ver “com um fator econômico”.

“A história da Divan é um fenômeno histórico, e não digo isso com arrogância. É a única que funciona hoje em dia entre israelenses e árabes. Trata-se de um trabalho em conjunto que não se pode imaginar”, concluiu. 


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Maestro Barenboim: Israel não tem direito de responder a mortes com bombardeio

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