O Estácio amanheceu triste. Na Quadra da Escola de Samba Estácio de Sá está sendo velado Luiz Carlos dos Santos, mais conhecido como Luiz Melodia. Ator, cantor e compositor, ele fez história ao aproximar gêneros como MPB, rock, blues, soul e samba.
Em álbuns como Pérola Negra, de 1973, e Maravilhas Contemporâneas, de 76, ele alcançou um ponto de encontro mágico entre as referências locais e o manancial da música negra dos Estados Unidos e América Latina.
Filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico, Luiz cresceu no morro de São Carlos, no Estácio, território mítico para o samba.
Melodia era casado com a produtora e cantora Jane Reis e deixa um filho, Mahal, também cantor e compositor e integrante da dupla de hip hop Aliança 21, com Tigrão.
O ícone da música brasileira morreu em decorrência de um câncer de medula, aos 66 anos. Talvez tenha sido o último grande compositor do Estácio, em uma linhagem fantástica que começa em Ismael Silva.
“O pôr-do-sol vai renovar brilhar de novo o seu sorriso/ E libertar da areia preta e do arco-íris cor de sangue.”