Vem ouvir o nosso Playlist Lollapalooza 2014


Créditos: Divulgação

Não tente falar com o som é alto. Se alguém, no entanto, conseguir conversar no festival Lollapalloza, que se realiza neste sábado (05) e domingo, irá ouvir diferentes sotaques. Levantamento feito, no ano passado, pelo Observatório do Turismo mostra que 58% do público eram turistas, que movimentaram mais de R$ 58 milhões na economia da cidade. A expectativa é de que os números se repitam este ano.

O Observartório é o núcleo de estudos e pesquisa da SPTuris (São Paulo Turismo), empresa municipal de turismo e eventos. Segundo os dados, os principais meios de hospedagem desses turistas foram hotel ou flat (33,8%) e casa de amigos ou parentes (29,7%).

O Virgula Festivais conversou com algumas pessoas que sairão de outras cidades ou Estados apenas para curtir as atrações do Lolla no Autódromo de Interlagos. 

“A viagem toda custará por volta de R$ 2.500 a R$ 3.000, incluindo passagem, hospedagem, ingresso, transporte alimentação. Se incluísse ainda o custo com as festas e outros passeios, com certeza esse valor aumentaria”, afirma a DJ e produtora de eventos Alice Dote, de Fortaleza.

“Vir a São Paulo já vale a pena mesmo sem o festival, por conta da cultura noturna efervescente, as opções de lazer e compras. Mas o Lollapalooza é um motivo ainda mais especial pra vir à São Paulo, é um festival incrível que reúne algumas das melhores bandas do segmento em uma vibe sensacional”, opina Alice. 

O perfil de shows que ela pretende ver indica que ela está mais inclinada a ver as novidades em detrimento dos dinossauros dos anos 90, que foram destaques do Lolla chileno e argentino. “Pra mim, os shows imperdíveis são Imagine Dragons, Lorde, Ellie Goulding, Disclosure e Krewella. Sim, todos dessa nova geração estão arrasando nas performances. Mas, claro, não se pode deixar de conferir os grandes como Muse”, conta.

Tina Melo, de Belo Horizonte, gerente de planejamento do Museu de Artes e Ofícios, conseguiu passagens aéreas por cerca de R$ 300 e vai se hospedar na casa de amigos. Ela diz que vale a pena ir por ser um evento sem paralelo na capital mineira.

“Aqui em BH não recebemos tantos shows desse porte, os produtores costumam se arriscar pouco para trazer shows muito caros e que não são ‘sucesso garantido’ por isso acabo viajando para ver alguns shows, no caso de um festival acaba valendo a pena pela oportunidade de assistir várias bandas em um curto período de tempo”, argumenta.

Tina conta também que planeja ver Arcade Fire (“Faz muito tempo desde que vieram e pode demorar uma próxima oportunidade de assistir”) e Vampire weekend (“Porque nunca vi show deles e gosto bastante). Ela também já tem um dilema: “Meu coração está dividido entre soundgarden e Jake Bugg”.

Quem não os têm? “Duro vai ser perder o New Order!”, adianta o jornalista Maurício Simionato, que vem de Campinas com a mulher, Paula Ribeiro. “Eu e minha mulher, fora o ingresso (compramos o Lolla pass dos dois dias), gastaremos com viagem cerca de R$ 100. Tem mais comida e bebida, cerca de R$ 200. Fora o ingresso”, contabiliza.

“Vale a pena porque o evento reúne várias bandas que gostamos em um fim de semana. Queremos ver principalmente os shows de bandas como Arcade Fire, Pixies, Soudgarden, New Order (apesar de ser no mesmo horário do show do Arcade Fire), Phoenix e Portugal.The Man”, afirma Maurício.

O diretor comercial Marcelo Bartholomeu também enfrenta o dilema. “New Order embalou a minha geração (estou com 40 anos), talvez seja o ponto alto pra mim. Foi umas das bandas da época que a minha turma mais curtia”, diz ele, que vem de Bauru, interior de São Paulo.

“Estou indo para assistir Soundgarden, New Order e Arcade Fire. O problema será os dois últimos que se apresentarão no mesmo horário em palcos diferentes. Na hora vamos ter que dar um jeito”, diz Marcelo.

“Entre viagem, ingressos, alimentação e deslocamento vou gastar uns R$ 700”, ele diz. “É uma grande oportunidade de curtir vários shows de ponta em só dia. Excelente custo-benefício, além da energia positiva que rola nesses festivais”, justifica Marcelo, sobre o motivo que o levará ao Lolla.

“Vivo em uma cidade dominada pelo sertanejo, portanto, uma desintoxicação musical é sempre necessária”, brinca Kamila Santos, médica, que mora em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Ela diz que ficará na casa de amiga e deve gastar cerca de R$ 600, sem contar o Lollapass, ingresso para os dois dias, comprado no primeiro lote.

Entre os show que considera imperdíveis ela elegeu Muse (“Já acompanho desde a primeira turnê no Brasil. Fui ano passado para o Rock in Rio só por causa deles. Esperando um show no mesmo estilo e muito empolgado, por ser o primeiro deles do ano”); Arcade Fire (“É o show mais aguardado por mim no Lolla”); Pixies (“Não tem,como explicar a ansiedade de ver uma banda que me viu crescer e com a qual eu cresci”; New Order (“Mesma explicação que Pixies. Comecei a escutar ao mesmo tempo. Mas, por que cargas d’água foram colocar na mesma hora do Arcade Fire? De qualquer forma. Eh um show imperdível (e eu perderei ~chorando litros~)”, explica Kamila.

A produtora cultural Priscila Soares Prado vem de Ribeirão Preto, também no interior de São Paulo. “Paguei R$ 344 no Lollapass, vou gastar mais uns R$ 100 reais de transporte porque irei de carona e não vou gastar nada com hospedagem, ficarei na casa de uma amiga. Portanto, pode colocar, fora o ingresso, uns R$ 300 para me locomover em SP, comer e beber no festival”, contabiliza.

“O festival como um todo vale muito a pena, por isto estou indo pela terceira vez. Não sei como será este ano, já que o lugar mudou. Achava o Jockey sensacional devido ao fácil acesso”, ela afirma.

“Esse ano achei o line up mais fraco de todos os anos. O festival compensa como um todo, para ver muitas bandas por um preço justo. Mas, o que realmente me moveu para ir neste ano é o Soundgarden. Já tenho mais de 30 anos, então gosto das bandas “antigas”, que quando eu ouvia, não tinha dinheiro para ir aos shows”, brinca Priscila.

O designer gráfico Gabriel Baquit conseguiu passagens em promoção e se hospedeu num hostel. “Somando com táxis, ingressos e refeições, algo em torno de R$1000 (sem contar baladas, bebidas, etc”, afirma ele, que veio da capital cearense.

“Fortaleza só entrou no circuito de grandes shows há bem pouco tempo, trazendo apenas atrações ‘para as massas’. Elton John, Paul McCartney, Beyoncé, Jennifer Lopez, Black Eyed Peas. Desde a minha adolescência sonho em ver alguns artistas ao vivo e acho muito difícil que eles ‘desviem’ suas turnês para se apresentarem em Fortaleza. Há um público ainda tímido para bandas que fogem do mainstream, e por isso as produtoras de eventos temem apostar alto”, avalia.

“O grande motivo para eu ter vindo foi assistir ao show do Phoenix. Queria muito assistir ao New Order, mas vou ter que voltar para casa domingo, então não vai ser possível. Lorde também estava na minha lista de prioridades, mas a organização do festival resolveu me sacanear e colocar o show dela no mesmo horário do Phoenix. Entre as atrações nacionais, estou muito empolgado pro show do Silva, que ainda não tive a oportunidade de ver ao vivo”, diz Gabriel.

Também de Fortaleza, o social media, promoter e DJ Diego Eva gastará pouco mais de R$ 1.700. Ele conta que aguarda “desesperadamente” os show de Lorde, Ellie (Goulding) e DVO. Também pretende ver Imagine Dragons, Krewella e Baauer.

O fato é que não importa de onde você vem, quem você é ou quanto gasta. Em um grande festival de música, todos se tornam habitantes do mesmo universo por alguns dias. Um planeta comandado pela som, para ficar com uma analogia inspira em Pixies. This is the planet of sound…


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