Um trunfo que o The Strokes sempre terá nas mãos é o seu primeiro álbum, Is This It, de 2001, que é repleto de hits. Mesmo se as músicas forem tocadas com ukulele e acompanhadas por uma caixinha de fósforo, elas vão animar qualquer indie que viveu intensamente a década passada. E, foi exatamente neste disco que o grupo baseou seu repertório do show que fez neste domingo, 26, no Lollapalooza Brasil. Das 17 músicas tocadas, nove foram do debut.
Só no início da apresentação foram três: The Modern Age, Soma e Someday, que, mesmo com a garoa chata que começou a cair assim que o primeiro acorde foi dado, não deixou ninguém parado. Depois ainda vieram Is This It, New York City Cops, Hard To Explain e Last Nite, cantada em uníssono. Também teve 12:51, Reptilia, 80s Comedown Machine e Drag Queen, de outros álbuns posteriores.
Sobre a performance da banda, não é novidade para nenhum fã que Julian Casablancas e cia são quase apáticos no palco, e não foi diferente dessa vez. Nem as falas e as piadinhas sem graça ditas pelo vocalista durantes às músicas ajudaram à deixá-los com um ar de ‘mais simpáticos’. Outro ponto que desfavoreceu o show foi a iluminação; totalmente escura com luzes ora azuis, ora verdes, ora vermelhas, e por aí vai. Até pelo telão ficava difícil de vê-los.
Há anos sem lançar um álbum de inéditas (o último foi Comedown Machine, de 2013, e o EP Future, Present, Past, de 2016), sem estar em turnê mundial e sem aparecer na mídia com qualquer entrevista, dá a entender que o The Strokes se reuniu apenas por dinheiro, para realizar esses shows nas edições do Lolla Brasil, Argentina e Chile, e, para facilitar, jogaram para a galera se apoiando em seu primeiro álbum no setlist, já que é um tiro sem erro.
Seriam eles o Guns N’ Roses do indie? Que seja, para o festival foi ok e agradou os fãs. Mas teria sido bem melhor se soasse mais honesto.