(Foto: Eduardo Palácio)
Para todo e qualquer fã do Metallica, assistir a um show da banda é como rever aquele velho e preferido filme, em que se sabe de cor e salteado cada cena e diálogo. Porém, o filme não se repetiu neste sábado, 25, no Autódromo de Interlagos, onde o grupo se apresentou no Lollapalooza. O enredo teve surpresas, pois entre tantos clássicos conhecidos, músicas do álbum Hardwired…To Self-Destruct, de 2016, também foram protagonistas.
Canções rápidas, pesadas e quase intermináveis como Hardwired, Atlas, Rise! , Now That We’re Dead fizeram bonito perto de For Whom The Bell Tolls, The Unforgiven, Sad But True, Fade To Black, Seek And Destroy, Master of Puppets e One. Mas, é nítido nos olhos dos fãs que eles queriam mesmo era ouvir as conhecidas. Para finalizar, mandaram Battery, Nothing Else Matters e a mais óbvia e esperada, Enter Sandman. No setlist só faltou Creeping Death.
Também foi curioso ver muitas mulheres dançando (e até rebolando como se fosse Bang! da Anitta) ao som da furiosa Moth Into Flame, canção que o grupo tocou no Grammy Awards 2017, junto de Lady Gaga. Seria o efeito que a Mãe Monstro deixou nos headbangers?
Sabe se que muitos reclamaram sobre a presença do Metallica no Lolla, pois sonoramente destoava demais da proposta do festival. Mas, uma coisa é unânime: a profissionalidade do grupo de James Hetfield e Lars Ulrich é algo incomparável, de produção, qualidade técnica, domínio de palco, interação com o público e dinâmica da apresentação. Comparado a um Cage the Elephant, por exemplo, que também se apresentou no sábado e fez um grande show, o Metallica se torna um mamute perto de uma formiguinha, mesmo com cada integrante ostentando mais de 50 anos nas costas.
Ao final, foi possível ver os fãs mais do que contentes por terem assistido a um show diferente do que o Metallica vinha apresentando no Brasil há 7 anos (obs: desde 2010 a banda vem tocando no país quase anualmente). Metaleiros e indies saíram satisfeitos, tornando-se um público só. Foi a aposta do Lolla que deu certo.
Metallica no Lollapalooza 2017
Créditos: Eduardo Palácio
