Lollapalooza Brasil 2013 - Sexta-Feira
Créditos: Getty Images
“Bizarro, nada faz sentido”, afirmou a estudante Camilla Santos, de 23 anos, ao Virgula Festivais durante o show da banda norte-americana Flaming Lips. “Não conheço muito bem essa banda. Mas o que são essas coisas no palco? Parece um filme de extraterrestres.” De fato, a sensação geral era de ‘festa estranha, gente esquisita’. Com aproximadamente 30 anos de carreira, o grupo liderado pelo vocalista Wayne Coyne é conhecido por sua excentricidade no palco.
Mas, para as milhares de pessoas que acompanhavam a apresentação da banda no palco Cidade Jardim, nada correu dentro do esperado ou mostrou alguma lógica. Ao invés de chuva de papel picado, bolha transparente e lulas estranhas, Coyne subiu ao palco com uma boneca cheia de tubos de fibra ótica iluminados, simulando segurar um bebê.
Para os que esperavam ouvir hits como She Don’t Use Jelly e Race for the Prize a apresentação foi frustante. Por outro lado, os ouvidos mais sensíveis à sonoridade da banda puderam absorver a psicodelia do trabalho mais recente do Flaming Lips, Terror, ainda em fase de pós-produção, que deu o tom ao show e mostrou toda a faceta experimental da banda de Oklahoma.
A catarse só foi quebrada por uma piado ácida feita pelo vocalista. “Essa é a primeira cidade no mundo em que eu me apresento vendo aviões que estão se preparando para pousar”, disse apontando para uma aeronave que cruzava o céu. “Não seria legal se ele explodisse agora? Seria um momento muito legal, não é?”, acrescentou entre risos do público.
Após uma hora de apresentação, a banda mostrou a conhecida Yoshimi Battles the Pink Robots Pt. 1 e a balada romântica que despedaça corações Do You Realize, recebida com certa empolgação pelos fãs. O show do Flaming Lips na primeira noite do Lollapalooza pode ter sido de amarga digestão, mas explicitou os motivos do grupo se manter tão relevante mesmo após três décadas de carreira.
