Veja artistas que podem surpreender no Lollapalooza


Créditos: divulgacao

Na pista de dança é fácil perceber a diferença entre o pop nacional e o norte-americano e europeu. Se você for DJ e estiver tocando produções brasileiras no seu set e resolver soltar uma gringa, provavelmente ela passará como um trator por cima das outras. 

Esta percepção pessoal de que a música brasileira, de funk, hip hop a rock e nova MPB, poderia ter um tratamento eletrônico mais refinado levou Péricles Martins, do Boss in Drama, a conceber o seu segundo álbum a partir de colaborações. Atração do Lollapalooza, no palco Perry às 13h15 deste domingo (29), ele estará ao lado da rapper curitibana Carol Conka, guarde este nome, ela é uma espécie de versão feminina do Emicida, em uma faixa hip house com pegada entre house africano, cúmbia e carimbó. Para alguns, Toda Doida soou como Azealia Banks.

O produtor também adiantou, ao Virgula Música, que já gravou com Mr. Catra e que a faixa deve ser o próximo dos cinco singles que pretende lançar até o disco novo sair, provavelmente no fim do ano. “A do Catra que eu produzi é cheia de metais, lembra um pouco uma temática meio favela, meio África, mas não tem nada de funk. Lembra bastante Major Lazer, se for comparar com algum artista, tem uma pegada meio Jamaica, Major Lazer. E house, house África”, conta Péricles.

“Gente, cadê uma música com uma batida contemporânea? Que eu consiga encaixar num set na pista, sei lá, poder tocar 2h e a pista bombar. É difícíl uma música brasileira nova assim, jovem, neste linha. Então eu pensei, poxa, será que porque então eu não posso fazer isso? Eu não posso criar um disco inteiro de música para pista, muito legal, cantado em português, com influências brasileiras? Para tocar na pista e que funciona também na rádio, óbvio.”

Leia a seguir a entrevista em que o músico fala do sucessor de Pure Gold, de 2011, da curitibana, como ele, Carol Conka e da sua visão da música atual.

Você mudou de estilo em relação ao que vinha fazendo?

Desde que eu lancei o Pure Gold, eu fiquei pensando no disco novo e tal. Meu disco novo vai sair quase dois anos depois. E logo depois que eu lancei, eu fiquei pensando o que eu podia fazer diferente. Não queria lançar mais um disco de música eletrônica, cantado por mim em inglês. E vários artistas vinham falar comigo, iam elogiar meu som. E eu fiquei pensando que eu tinha vontade de trabalhar com artistas diferentes. Eu pensei em uma maneira que eu pudesse utilizar isso no Boss in Drama.

Me veio a ideia de fazer uma coisa meio de produtor, não de performer. O disco que eu vou produzir e poder experimentar mais. Porque se eu gravo com alguém do rap, eu vou poder pegar ali um pouquinho do hip house, mas com a minha vibe, com a minha ideia, de interpretação.

Neste trabalho novo eu pensei assim, eu não vou cantar nada. Não tem data de lançamento ainda, provavelmente no final do ano. Mas, esse é o primeiro single dele. Eu vou lançar alguns singles, pelo menos umas seis músicas novas antes de lançar o disco.

Vai ser assim, eu vou trabalhar com artistas que eu mais gosto no Brasil…

Você pode adiantar alguns outros nomes, além da Carol Conka?

Cara, eu só posso adiantar… Não é que eu gravei que vai entrar no disco, mas eu já gravei com Mr. Catra…

Orra.

Gravei, tem uma faixa com ele, e com a Alice Beyoncé.

Quem é essa?

Alice Beyoncé é uma MC, uma guria novinha que está bombando aí. Ela tem um hit grande agora do funk. E ela canta muito bem, sabe? O legal delas é que as meninas do funk são muito fofas e ela é mais nervosa. Para misturar com a música eletrônica, com a música de pista, eu gosto bastante da voz dela e eu chamei por causa disso.

Mas eu gravei com os dois. Eu quero gravar com uma galera, mas o que eu vou lançar mesmo eu ainda não sei. Tem umas pessoas aí na fila, mas eu não posso te liberar. Adianto que tem gente da nova MPB, tem gente do rock, legal do pop nacional.

Eu quero fazer um disco assim, chamar pessoas de várias vertentes da música nacional e um disco de música para pista brasileiro. Que é uma coisa que eu sinto muita falta. A ideia de fazer um trabalho de mudar a direção para o segundo disco é porque eu quero fazer um disco para pista brasileiro.

Você acha que falta isso?

Exatamente. Eu adoro tocar música nacional no meu set, quando eu estou tocando como DJ, mas não tem. Gente, cadê uma música com uma batida contemporânea? Que eu consiga encaixar num set na pista, sei lá, poder tocar 2h e a pista bombar. É difícíl uma música brasileira nova assim, jovem, neste linha. Então eu pensei, poxa, será que porque então eu não posso fazer isso? Eu não posso criar um disco inteiro de música para pista, muito legal, cantado em português, com influências brasileiras? Para tocar na pista, mas que funciona também na rádio, óbvio.

E você tem ideia de atingir a um público maior, fazer sucesso?

Eu não estou pensando nisso. Eu quero fazer uma música legal que eu possa tocar no meu set e o povo cantar junto. Aí se virar, se não virar, aí é a sorte, o mercado, tem vários fatores.

O que chamou sua atenção na Carol Conka?

Ela é nova e você olha para ela e vê que é uma artista promissora, não é uma modinha do momento. Ah, essa aí vai lançar uma música boa e depois não vai lançar mais nada. Eu olho para ela e vejo que ela está só no começo de uma carreira linda. Porque ela é talentosa, escreve muito bem.

Para mim é muito bom trabalhar com outros artistas. Com o Catra, a gente sentou numa tarde e fez uma música sensacional. Provavelmente, depois da Carol vai ser o próximo single, com o Catra.

Você vai buscar essa estétiva favela no disco inteiro?

Não, não, não. Vai ser música para pista. Tem umas músicas que são bem disco funk, eu estou puxando um pouquinho, na verdade, da estética de cada artista que eu trabalho. A Carol tem esse lance da hip house por causa do som dela. A do Catra que eu produzi é cheia de metais, lembra um pouco uma temática meio favela, meio África, mas não tem nada de funk. Lembra bastante Major Lazer, se for comparar com algum artista, tem uma pegada meio Jamaica, Major Lazer. E house, house África.

Veja em galeria no alto atrações que podem surpreender no Lollapalooza

Ouça a nova do Boss in Drama, Toda Doida, com Karol Conká




int(1)

Lollapalooza 2013: Boss in Drama lançará música com Mr. Catra

Sair da versão mobile