O ano era 1982. João Luís Woerdenbag Filho lançava seu primeiro disco solo, Cena de Cinema. De lá pra cá, são 25 anos de rock’n’roll, críticas, brigas, polêmicas, novos projetos e claro, hits. Será que Lobão, o cara em questão, continua o mesmo?

“Estou bem melhor. Antes não sabia nem o que eu era. Aprendi a tocar, a compor e a gostar de cantar. Me considero mais feliz hoje em dia. Viver agora!”, disse ele em entrevista ao Virgula-Música.

Lobão está lançando o seu Acústico MTV e parece ter feito as pazes com as grandes gravadoras, que nos últimos anos, vinham sendo criticadas por ele. “Eu quis fazer esse acústico e procurei a MTV. Fiquei feliz e surpreso com o carinho da TV e das gravadoras”, comenta ele.

Longe da grande mídia por opção, Lobão criou uma revista (a Outracoisa), virou apresentador de TV e continuou lançando seus discos, de maneira independente em bancas de revista. O que vai ser depois deste disco acústico, ele nem arrisca saber.

“Nem sei se vou continuar fazendo disco. Estou fazendo 50 anos esse ano, fechando um ciclo. Em 2008 será um novo ciclo e quem sabe completamente diferente do primeiro ou não”. Fechar o repertório desse ‘ciclo’ é que foi difícil. São 18 músicas, segundo ele, as que melhor se adaptaram ao violão. Mas ficou muita coisa de fora. “Vai ter sempre alguém dizendo, ‘ah, você não gravou aquela'”.

Já sobre a revista, os planos são de seguir em frente. “Estamos no 20º número e já lançamos coisas como Benegão, Wander Wiltner, Mambojor, Cachorro Grande, Plebe Rude, Arnaldo Batista, Astronautas, Carmona, Instituto, Bide e Balde, eu mesmo, e o último número com todo orgulho, o Canastra. Portanto a revista tem um papel importante sim”.

Mesmo assim, Lobão não esconde que é preciso esforço e bons patrocinadores pra colocar projetos como esse em prática. “Gostaríamos que o público tivesse mais curiosidade por essas coisas, porque trata-se com certeza do filé do filé que vem saindo de novo no Brasil”, diz ele.

Pra onde vai o rock?

Nessas mais de duas décadas de estrada, Lobão acompanhou todas as caras do rock nacional. Pra onde ele vai? “O rock é dionisíaco e só. Meu compromisso é com o delírio, o resto é besteira”, diz ele, mostrando que não importa se o gênero discute a relação ou a situação. “Você pode estar apaixonado pu com ódio. O rock é um instrumento”.

Graças à internet, ele diz que apareceram uma leva de boas bandas de rock. “Quanto mais diversidade melhor. Quem se destaca tem preferência e quem tem competência se estabelece. Esse é o dia a dia da vida”. Vai discutir com quem tá nessa há mais de 20 anos?

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Lobão: 'Meu compromisso é com o delírio, o resto é besteira'