Lily Allen está de volta. E ela tem um ponto a ser provado. Após ficar longe da música desde 2010, quando terminou a turnê do álbum It’s Not Me, it’s You, lançado no ano anterior, ela acaba de retomar definitivamente a carreira com um single altamente irônico, Hard Out Here.
“Eu não preciso chacoalhar a minha bunda pra você, eu tenho um cérebro”, diz Lily com a voz doce e suave que costuma usar para dar vazão às críticas conscientes que já costumava fazer – não se esqueça da música The Fear, do álbum It’s Not Me, It’s You, por exemplo. Lily Allen já havia avisado que o seu novo álbum tera uma vibe feminista, e ela cumpriu a promessa no melhor jeito Allen de ser: com ironia, acidez e alguns palavrões.
Na letra da música ela ironiza a ditadura de um corpo magro (“Você provavelmente deveria perder algum peso / porque nós não conseguimos ver os seus ossos”), o slut-shaming hipócrita (“Se eu te falar sobre a minha vida sexual / você vai me chamar de puta / mas quando os caras falam sobre as suas vadias / ninguém faz um escândalo”) e a objetificação da mulher (Você não quer alguém que te transforme em um objeto?).
No clipe, Lilly Allen é “censurada” pelo seu “empresário” por ter engordado após ter dado à luz a dois filhos. Após um tempinho na mesa de cirurgia para “consertar” seu corpo, o empresário a orienta por cenários e cenas que poderiam facilmente estar em alguns dos maiores sucessos do pop – com direito a muitas dançarinas em trajes mínimos e alguns twerks.
“Às vezes é difícil encontrar as palavras para dizer / Mas eu vou em frente e dizer de qualquer forma / Esqueça as suas bolas e faça crescer um par de peitos / É difícil / É difícil aqui fora para uma vadia”, ela canta no refrão. E pronto: está declarada a guerra à objetificação da mulher no mundo pop.
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