NOVA YORK (Reuters) – “Eu sou a melhor coisa que nunca aconteceu”, canta Paul Westerberg, fazendo um resumo de sua carreira como líder e vocalista do The Replacements, banda seminal de rock independente dos anos 1980.

Westerberg, que está encerrando a turnê de promoção de dois discos solo pela Vagrant Records, é a contradição em pessoa.

Por um lado, ele parte corações com baladas lindas de morrer. Por outro, ele demole convenções com uma música nervosa de inspiração punk. Sua influência atingiu gente como Nirvana, Goo Goo Dolls, Green Day e Wilco.

Os shows do Replacements, refletindo seu líder, podiam ser demolidores odes ao rock num dia, e no outro, com os membros esgotados por uma noitada de farra, ser apenas uma série de covers aleatórias, de Allman Brothers a Bad Company.

Nas contradições, um ponto em comum: algo nobre e belo pode ser resgatado do fracasso, um senso de que qualquer coisa é possível, de que todos têm algo importante a dizer, até mesmo um bêbado de Mineápolis.

“Eu era o antídoto para a redundância da idéia de show”, disse o agora sóbrio Westerberg. “(Os shows daquela época) nos deram a coragem de bancar o palhaço. Não quero o fracasso, mas quero falhar se isso significar o sucesso em um nível superior.”

SUMIÇO E VOLTA

Com quatro discos solo, Westerberg, aos 42 anos, sumiu do mapa em 1999 depois de lançar “Suicaine Gratifaction”, seu trabalho mais intimista e confessional.

“Fiquei um ano me recuperando de ‘Suicane’. Estava cansado de tudo… A última coisa que eu queria era fazer outro disco. Mas a verdade é que eu estava duro”, disse ele.

Westerberg compôs cerca de 50 canções em uma variedade de estilos e reuniu as melhores em dois discos: “Stereo”, com seu nome na capa e baladas introspectivas; e “Mono”, creditado a Grandpaboy (pseudônimo criado em 1997), um tributo à adolescência.

Os discos não têm a variedade dos Replacements, já que as personas de Westerberg estão divididas em duas, mas é bem verdade que Grandpaboy lembra muito a sonoridade da banda. O compositor nega uma volta dos Replacements, entretanto.

“Não vou recriar os Replacements agora. É divertido continuar lembrando da gente junto com o espírito intacto”, disse ele, referindo-se à sensação de aventura da década de 1980.


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Líder dos Replacements dá a volta por cima