Ana Alexandrino Letrux

As mulheres estão fazendo história, nos bastidores e na linha de frente da indústria musical. Com premiações, grupos, selos e iniciativas de todos os lados que fazem com que o movimento ganhe força.

Parte da programação oficial da SIM SP 2017 (Semana Internacional da Música), a mostra SÊLA ocupa a Casa Natura Musical dia 9 de dezembro, a partir das 20h, com a proposta de celebrar o protagonismo da mulher na música. O line-up é 100% de mulheres.

“É preciso entender que é um momento importante para as mulheres, para as trans, de se colocar, de não temer, de ocupar um espaço, respeito muito isso”, afirma Letrux em entrevista ao Virgula. Seu Em Noite de Climão, lançado em julho, certamente é um dos melhores da música brasileira este ano.

No line-up do minifestival, misturam-se artistas consagradas como Ana Cañas e Ana Larousse, nomes que tiveram destaque em 2017 como Letrux, Luiza Lian, Ekena, Luedji Luna e ainda cantoras e compositoras parceiras da SÊLA representadas por Nina Oliveira, Luana Hansen e Camila Garófalo.

“Desde que nasceu, no início do ano, a SÊLA vem se consolidando no mercado como uma aliança entre mulheres da música que busca ocupar espaço nos palcos e nos bastidores da cena. O coletivo já realizou a primeira edição de seu festival no Centro Cultural São Paulo e também ganhou seu próprio palco no festival Dia da Música. A ideia é fazer reverberar o conceito de sororidade entre as envolvidas para que o ciclo de competitividade entre mulheres seja quebrado e as profissionais possam se fortalecer juntas. SÊLA é ser ela, é se colocar no lugar da outra”, afirma texto de divulgação.

Leia nossa conversa com Letrux, em que ela fala sobre tendências, gênero, poesia e influências:

Que outros discos lançados em 2017 acha que as pessoas não podem deixar de ouvir?
Letrux – Tem muita coisa nova rolando, o tempo inteiro tem coisa nova rolando, não consigo ficar a par de tudo, mas vez ou outra embarco numa situação. Ontem mesmo fui ao show de duas bandas, Pietá e Relógio de Dali, foi sensacional. A cantora do Pietá, Juliana Linhares, é maravilhosa, e a banda Relógio de Dali, que é instrumental, arrasou muito também, foi curioso ver duas bandas juntas no palco.

Você acha importante levar em consideração o gênero do artista, como evitar que isso tire o foco na música em si?
Letrux – Desde criança, fico curiosa com cantoras, escritoras, diretoras, enfim, qualquer mulher nas artes me chamava atenção, parece que isso me dava uma sensação de poder. “Se elas estão ali, eu também posso estar”. Não levo em consideração absoluta pois tem muita música que não me emociona sendo feita por mulheres e também há algo feito por homens que pode me tocar, mas é preciso entender que é um momento importante para as mulheres, para as trans, de se colocar, de não temer, de ocupar um espaço, respeito muito isso.

Seu disco novo tem uma parceria com Bruna Beber, com que outras poetas gostaria de fazer uma parceria?
Letrux – Fiz parceria com a Bruna porque somos amigas há anos, admiro muito a poesia dela, maravilhosa. Há alguns poetas que eu amo, mas pra fazer parceria, preciso ir um pouco mais além do que só admirar o trabalho da pessoa.

Quem são seus heróis e heroínas musicais?
Letrux – Janis Joplin, Patti Smith, PJ Harvey, Nina Simone, Maria Bethânia, Bach, John Lennon, Al Green, John Coltrane

O que você acha que está rolando de mais novo na música brasileira hoje?
Letrux – Baco Exu do Blues (“Esú”) & Xenia

SERVIÇO

Mostra SÊLA
Quando: 9 de dezembro, das 20h às 02h
Onde: Casa Natura Musical
Quanto: R$ 40 (pista);  R$ 90 (bistrô);  R$ 100 (camarote)

Programação:

20h20 Nina Oliveira (SP)
20h50 Luana Hansen (SP)
21h30 Luedji Luna (BA)
22h20 Camila Garófalo (SP) part. Ana Larousse (PR)
23h00 Letrux (RJ)
00h00 Luiza Lian (SP)
00h50 Ana Cañas (SP) part. Ekena (SP)


int(1)

Letrux aponta Baco Exu do Blues e Xênia França como mais novo da música brasileira

Sair da versão mobile