A gravação de um novo disco ao vivo não intimidou o pernambucano Lenine. Prova disso é que o cantor está empolgadíssimo com o novo trabalho, o Acústico MTV.
Em entrevista exclusiva ao Virgula-Música, Lenine revelou como escolheu o repertório do projeto, seus ídolos e muito mais.
Virgula – Como foi gravar o acústico?
Lenine – O “Acústico MTV” é a confirmação dos músicos que tocam comigo, são muitos anos de vivência de palco, cumplicidade musical, é química de banda, som de turma, que agregou um valor todo especial a este projeto. Isso sem falar nas participações mais que especiais que deram um novo sabor as canções.
Virgula – Como foi a seleção dos convidados que participaram da gravação do acústico?
Lenine Todas as escolhas foram pessoais e naturais, com todos já vinha desenvolvendo alguma relação musical. São amigos que quis ter ao meu lado num projeto tão especial como este.
Virgula – Qual foi o critério para a escolha das músicas que entraram no especial?
Lenine Ao pensar em cada convidado, vieram a reboque as canções. Quando pensei na Julieta, lembrei de “Miedo”, parceria com Pedro Guerra e Rodnei de Assis, que havíamos cantado juntos numa turnê que fizemos pela Espanha. Com Bona foi “A Medida da Paixão”, que já havia sido gravada numa versão em francês por Philipe LaVille.
Foi assim com todos os convidados. Depois vieram as escolhas das canções pela exposição que tiveram. Por fim as que eu gravei por acreditar que melhor se
adaptariam ao formato.
Virgula – Qual a faixa que você mais gostou nesse projeto acústico?
Lenine Difícil escolher uma. Na época do convite da MTV, eu estava ainda na turnê do “InCité” e produzindo a trilha do novo espetáculo do Grupo Corpo. Não tive tempo de compor especificamente para o projeto. Do repertório as canções que nunca havia gravado são: “Lá e Cá”, com Sérgio Natureza, “Miedo” e “Tudo Por Acaso”, com Dudu
Falcão, além de “Atirador” de Lula Queiroga, e “Santana” de Junio Barreto e João Carlos. Mas, no decorrer do processo de despir as antigas canções e procurar outros caminhos para elas, todo o repertório ganhou um toque de ineditismo.
Virgula – Do começo de sua carreira até o álbum acústico o que mudou em sua sonoridade?
Lenine A cada novo trabalho mudo um pouco, continuo um curioso e são tantas ferramentas à disposição…
Virgula – Como é a responsabilidade de ser considerado um dos responsáveis pela renovação da MPB e por ser referência para novos artistas?
Lenine Não tenho esta responsabilidade, sou apenas um compositor que interpreta uma parte do que faz.
Virgula – Você é ídolo de muitas pessoas. Quais são os seus ídolos?
Lenine Tenho vários e com certeza vou esquecer de alguns, mas vamos lá: Dominguinhos, Edu Lobo, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Ivan Lins, Guinga, Milton Nascimento, Chico César, Vitor Ramil, Bráulio Tavares, Lula Queiroga, Casuarina,
Cordel do Fogo Encantado, Pedro Luis e a Parede, Nação Zumbi, Cidadão Instigado, Los Hermanos,… sei que estou esquecendo vários nomes e isso sem citar a santíssima trindade.
Virgula – Você já tocou com grandes artistas e em grandes festivais, qual o momento
inesquecível em sua carreira?
Lenine Foram muitos. É difícil apontar um, mas sempre me sinto muito emocionado quando tenho a possibilidade de dividir o palco com um artista como Dominguinhos. É sublime.
Virgula – Como você avalia o atual cenário musical brasileiro?
Lenine Não só o atual, como sempre, o Brasil é extremamente produtivo em sua arte, mas acho que os veículos de informação, com raríssimas exeções, não refletem esse cenário. O que é uma pena! Eu, por exemplo, adoraria tocar na Jovem Pan.
Virgula – Você já tem alguma previsão de quando irá lançar um novo disco de inéditas?
Lenine Ainda não.
Virgula – Você considera a França como o seu segundo país. Como surgiu essa paixão
pelos franceses?
Lenine Sim, tenho a França como meu segundo país. Fomos nos apaixonando a cada turnê.
Virgula – Você é um compositor e um cantor respeitado. O que você prefere, compor ou
cantar?
Lenine Mil vezes compor. Foi compondo que me tornei cantor e produtor.
