Leila Maria canta Djavan no álbum “Ubuntu”, a ser lançado nesta sexta

Primeiro álbum de Leila Maria desde o autoral Tempo (2018), Ubuntu chega às plataformas de streaming dia 29, pela Biscoito Fino, gravadora que já   havia lançado um tributo de Leila à cantora Billie Holiday, em 2012 (o premiado Leila Maria canta Billie).

Destaque em rede nacional na edição inaugural do The Voice +, em 2021, Leila Maria impressionou a quem ainda não conhecia a voz aveludada, o timbre personalíssimo e o seu notável senso de divisão rítmica. Todos estes atributos estão a serviço da obra de Djavan, autor dos nove temas de Ubuntu, sexto álbum de Leila Maria.

“O repertório foi um quebra-cabeça e levou um bom tempo pra ser montado. Foi tão difícil que acabamos incluindo uma música além do planejado, quando o querido François Muleka nos chegou com uma pérola, durante a gravação”, pontua a cantora.

A ideia de gravar um álbum focado em Djavan veio de Ana Basbaum, produtora da Biscoito Fino, que também sugeriu o nome de Guilherme Kastrup para produzi-lo. “Eu adorei a ideia, que me encantou tanto afetiva quanto musicalmente, já que muitas das músicas de Djavan fazem parte da trilha sonora da minha vida. Toda a sua obra tem uma impressionante e indiscutível riqueza musical e poética”.

A palavra Ubuntu, de origem Zulu, tem vários significados e revela o universo musical do álbum, que reúne artistas brasileiros, africanos e afrodescendentes. “Quis propor um álbum de sonoridade africana que fizesse referência à Diáspora Negra, como uma forma de falar, através da música, sobre a origem e as raízes de ambos” conta Kastrup.

“Inicialmente, gravamos algumas bases com o congolês Zola Star (guitarrista, violonista, cantor e compositor) e François Muleka, descendente de congoleses (violonista, cantor, compositor e baixista). Ambos têm suas próprias carreiras autorais, com lindos álbuns lançados, mas também são instrumentistas brilhantes e ajudaram a dar o tom inicial do álbum, trazendo o universo do zouck e da rumba congolesa para a obra do Djavan”, conclui o produtor.

Outros artistas africanos contribuíram para a riqueza sonora do álbum. São de Moçambique os músicos Milton Guli e Otis Selimane, além da cantora Selma Uamusse. O maestro Ahmed Fofana (Bjork,Lauren Hill) é do Mali e trouxe com ele o músico Assaba Drame para tocar ngoni, instrumento típico da região norte da África. Já o grupo Vocal Kuimba é um coral de jovens estudantes angolanos formado em São Paulo.

A descendência da diáspora no Brasil está muito bem representada por Beth Beli e Jackie Cunha nos tambores (do grupo Ilu Obá de Min); a cantora e pianista Maíra Freitas; o violoncelista Jonas Moncaio; a baixista Ana Karina e o naipe de sopros formado pelo casal Richard Fermino e Sintia Piccin. Na gravação de “Seca”, Leila Maria contou com a participação especialíssima de Maria Bethânia, recitando um trecho da letra poética de Djavan, além de Maíra Freitas ao piano.

“Foi um presente, uma experiência extremamente enriquecedora. Um desafio desde o primeiro contato com o querido Zola Star, que com sua irreverência e alegria contagiantes ajudou a aprofundar meu conhecimento sobre a música africana. Tão perto e, ao mesmo tempo, um pouco distante dos caminhos que eu vinha percorrendo musicalmente, priorizando o jazz e a MPB”, aponta Leila, enfatizando ainda a pluralidade da obra de Djavan.

“Sua expressão musical é tão abrangente a ponto de se inserir tanto no contexto africano (ele tem canções cujas letras se referem explicitamente a países africanos), quanto no jazz norte-americano, sem perder a brasilidade, o sotaque e a pegada únicos da nossa maravilhosa MPB, que não cessa de se reinventar”, conclui.

Para Guilherme Kastrup, a cultura é peça fundamental de transformação da sociedade: “Esperamos que esse projeto contribua para o entendimento da importância fundamental da cultura africana na nossa formação. E que nossa sociedade aprenda a respeitar e valorizar os corpos negros em toda a sua beleza e sabedoria”, finaliza.


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Leila Maria canta Djavan no álbum "Ubuntu", a ser lançado nesta sexta

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