Quando três músicos qualificados e ativos na cena como Bruno Kayapy, Ynaiã Benthroldo e Ney Hugo se unem em torno de um projeto instrumental pode se esperar um balaio de influências.
Mas quando todas essas influências, que vão do rock mais furioso ao fusion mais lápidado, são selecionadas e passam pela filtragem do Macaco Bong fica impossível esconder o espanto e a satisfação.
O trio de Cuiabá está lançando o seu novo álbum, Artista Igual Pedreiro em dois shows na capital paulista. Um no Estudio SP quarta feira e um no CB Bar sexta.
O disco tem data oficial de lançamento para o dia 18, exclusivamente pelo Trama virtual conta com 10 faixas executadas com muito esmero pela banda instrumental matogrossense.
Por mais que muitas pessoas tenham restrição à música instrumental, o som do Macaco Bong é tão completo em si mesmo que você só percebe que não tem vocal lá pela terceira ou quarta faixa do álbum.
A primeira delas, Amendoim começa pesada como o At the Drive-in dos bons tempos e flui suavemente ate uma harmonia que deixaria Alex Lifeson, do Rush orgulhoso.
Fuck You Lady é a faixa que já estava disponível para steaming. Ela passa de um riff marcante a outro seguidamente. Perfeita para tocar no palco.
O garage rock á lá Fugazi, Noise James’ e a “hardcore” Shift abrem caminho para o tema flexível de Black’s Fuck. Uma harmonia de jazz que vai se transformando até virar uma tijolada digna de Machine Head.
Rancho é muito mais do que consistente. Sua base sólida e suas guitarras de padrões repetidos abrem espaço para um “refrão” cool que merece destaque.
A faixa 7, Bananas For You All tem uma guitarra tão invejável quanto a de sua sucessora Belezza com seu riff à AC/DC
A brasilidade de Compasso de Ferrovia é contagiante. Nem samba, nem bossa e nem rock mas tudo ao mesmo tempo.
Fechando o álbum tem a poderosa Vamodahmaisuma que alterna guitarras noventistas com momentos de calmaria mas sem abrir mão do experimentalismo.
Artista Igual Pedreiro conseguiu levar para o estudio toda energia que a banda tem ao vivo. Sem perder potência e nem complexidade, o Macaco Bong mostra que a cena independente do centro-oeste, impulsionada pelos grandes festivais, já está muito bem enraizada e não fica devendo em nada para o sudeste. Nem em qualidade nem em talento.
www.albumvirtual.trama.com.br