Nesta segunda-feira, Matti Juhani Saari, de 22 anos, invadiu uma escola e matou 10 pessoas, em Ostrobothnia, Finlândia Oriental. Como outros assassinos envolvidos nos piores massacres executados em escolas, ele também era fã da banda de rock industrial KMFDM (foto), de acordo ao site Estadão
Começado a planejar o ataque em 2002, Saari teria mantido contato por e-mail com Pekka-Eric Auvinen, de 18 anos, que no ano passado abriu fogo em uma escola e matou 8 pessoas. Durante as investigações, a polícia achou um vídeo de Auvinen apontando uma pistola para a câmera. Adivinhe a trilha sonora? A música de fundo era Stray Bullet, do KMFDM. O assassino chamava a si mesmo de “darwinista social”.
O mais famoso caso entre crimes deste tipo (que virou filme pelas lentes de Michael Moore) aconteceu em Columbine High School, no Colorado, Estados Unidos, em 1999. O matador, Eric Harris, tinha em seu site várias letras do grupo KMFDM (Anarchy, Power, Son of a Gun, Stray Bullet e Waste). Outras ligações depois foram descobertas – o dia do massacre coincidiu com o lançamento do álbum Adios, da banda, e era também o dia do aniversário de Hitler. No atentado, 12 pessoas morreram e 23 ficaram feridas.
O líder do grupo, o guitarrista Sascha Konietzko, mais conhecido como Käptn K (ou Capitain K), que criou o KMFDM em Hamburgo, há 24 anos, foi um dos pioneiros em juntar o techno e a música eletrônica ao heavy metal, mas seu som não é tão incomum – há várias bandas do gênero, como Ministry, Incubus, Rammstein, Marilyn Manson e outras. Ainda assim, Konietzko teve de soltar um comunicado no dia seguinte a Columbine, tal a algazarra.
“Primeiramente, o KMFDM gostaria de expressar sua profunda e solidariedade pelos pais, famílias e amigos das crianças mortas e feridas em Littleton. Estamos enojados e abalados, como o resto da nação, com o que aconteceu no Colorado ontem. O KMFDM é uma forma de arte, não um partido político. Desde o começo, nossa música tem sido um manifesto contra a guerra, a opressão, o fascismo e a violência contra outros. Embora membros do grupo sejam alemães, como reportado pela imprensa, nenhum de nós professa qualquer crença no nazismo”.
KMFDM significa, em alemão, Kein Mehrheit Fur Die Mitleid (em tradução livre, “sem misericórdia para as massas”). A banda, que tem Lucia Cifarelli nos vocais, não está em turnê atualmente. No ano passado, lançou o seu 15.º disco de estúdio, Tohuvabohu, palavra que deriva do hebreu e significa “sem forma e vazio”.