Ao contrário do que buchichava a internet, Katy Perry chegou a São Paulo nesta sexta (25) com um show arrasador, repleto de trocas de figurinos, cenografia caprichada, projeções lindas, coreôs fervidas e tudo o mais que uma diva do pop promete trazer na mala.
Parece que as fofocas de que ela traria para São Paulo um show pobrinho e sem muita infra eram mesmo furadas, porque a mulher arrasou de norte a sul do estádio Allianz Parque e fez a festa, mesmo embaixo de chuva, de quem estava lá por lá em busca de hits e diversão.
O estádio estava abarrotado de fãs das mais variadas idades, de criancinhas (muitas) acompanhadas dos pais aos mais enlouquecidos Katycats, como são conhecidos os fãs das cantoras. Com um atraso de quase uma hora, Katy subiu ao palco com um figurino de índia cherokee neon, cantando logo de cara o seu maior hit, Roar. O estádio novinho em folha do Palmeiras quase veio abaixo com o poder da mulher.
Deu pra sentir no público, que gritava “Eu te amo” num coro ensaiado, que estava rolando uma saudade forte de ver da diva, afinal, seu único show por aqui foi em 2011, na Chácara do Jóquei.
Vai saber se ela diz isso pra todo mundo, mas fato é que a fofa falou que, apesar de cansada de tanto shows, essa era a sua apresentação de número 142 da turnê e também a melhor de todas. Aguenta, coração! O público fez a louca e tanto Katy quanto as mais de 50 mil pessoas que lotavam a Allianz Parque caíram num quase choro de felicidade.
Hits? Ela tinha de sobra. Tocou Part of Me, Wide Awake, Speech… Tudo isso com seguidas trocas de figurino e de peruca, até que veio o momento gótica amazona de Dark Horse e Katy surgiu sobre um cavalo colorido que parecia ter vida própria.
A chuva, que já tinha dado as caras no começo do show, voltou então com força total logo depois que a cantora fez o estádio inteiro cantar, numa versão de batimento mais lento, a já clássica I Kissed A Girl. Sem lembrar que estamos num país que não consideraria um beijo gay “coisa de família”, o público, repleto de pais e filhos, cantou em coro a canção.
Logo em seguida foi a vez de Katy mostrar o quão simpaticona ela consegue ser no palco. Depois de escolher um fã na plateia e tentar engatar em vão uma conversa com ele em inglês (“de que país você é?”, perguntou ela várias vezes ao pobre brasileiro), ela resolveu tentar a sorte com outro Katycat.
Katy, então, chamou ao palco uma menina, Debora, com quem aprendeu algumas palavras em português.
– O que quer dizer “linda”?
– Quer dizer bonita.
– E morta (estava escrito no boné da fã, numa menção a algo que Katy havia publicado em seu twitter)?
“Então você é minha linda morta”, disse a cantora americana antes de perguntar à garota como se dizia “selfie” e “pizza” em português. “Bom, falamos quase a mesma língua, então”, concluiu Katy antes de tirar os fãs do palco e entregar ainda Last Friday Night, This is How We Do, Teenage Dream e California Girls.
Mesmo com a chuva engrossando, Katy não se deixou abalar. “Vou tomar chuva junto com vocês, estou muito feliz e isso não vai nos atrapalhar”, disse a moça, dançando e cantando, literalmente, na chuva. Em quase duas horas de apresentação, vimos ali uma garota que não estremece por qualquer coisa.
O final apoteótico ficou por conta de Firework, é claro. Katy praticamente regeu uma Allianz Parque lotada, que cantava em uníssono. Foi uma noite em que todos os presentes se transformaram por pelo menos por alguns minutos em verdadeiros katycats.
E, neste domingo, é a vez do Rock in Rio se apaixonar por ela – Katy vai ter a responsa de fechar o último dia da edição 2015 do festival. Mas a gente já sabe que ela vai dar conta do recado, né?
Com colaboração de Ana Bermudez e Lorena Schaeffer