Anunciado com rufar de tambores digno de um mega pop star, o americano Kanye West mostrou sua ópera rap na estréia do braço pop do Tim Festival, na noite desta quarta-feira (22), em São Paulo.
O rapper trouxe na mala um mega aparato tecnológico que deu à tenda (muito bem) montada no parque Ibirapuera ares de parque de diversões hi-fi.
West reinou sozinho no show, levando a sério o papel de conquistador do espaço que o roteiro pedia. Teatral, o rapper cantou os hits que todo mundo aguardava e levou ao pé da letra a pose de super-herói.
Veja fotos da apresentação de Kanye West em São Paulo
Contracenando com as imagens que surgiam do poderoso telão – que servia de pano de fundo para o palco inteiro – West flertou com uma popozuda virtual, lutou com um monstro de mentirinha, desviou de asteróides e se encantou com um céu azulado, enquanto cantava suas rimas.
A trilha de sua viagem interplanetária era poderosa, calibrada por graves potentes. O estranho era não ver nenhum músico no palco, o que levou boa parte do público a se perguntar se aquilo tudo não seria playback.
Na lista de hits, “Heardem Say”, “Diamonds from Sierra Leone”, “Golddigger” e “Homecoming”. O público realmente pirou quando finalmente veio “Stronger”, com samples de Daft Punk, dupla francesa que é uma referência recorrente no som do rapper americano.
West bancou o ator no momento bagaceira do show: enquanto rolava o hit trash dos anos 80 “Don’t Stop Believing”, ele apenas se sentou no palco e admirou o céu azul, fazendo a sua melhor cara de “saudades do planeta Terra”.
Um pouco antes do bis, West encarnou um pastor e falou bastante. “Se às vezes eu me ausentei de casa, fiquei longe da família, da minha ‘mama’, foi pra dar um show mais perto da perfeição possível pra vocês”, disse, e aproveitou para revelar que, emoldurando aquele show, havia uma banda de verdade.
Atrás do palco, havia nove músicos: um baixista, um guitarrista, um baterista, um percussionista, um tecladista, dois vocalistas, um operarador de efeitos especiais e ninguém menos que o DJ Crazy, um dos mais respeitados do universo do hip hop.
Provando que astro ali era apenas um – descontando os planetas que apareciam no telão -, a banda não teve sequer a oportunidade de aparecer para os agradecimentos pós-show.
A cortina fechada fez pensar que muitas vezes o ego consegue vencer a música. Mas não é assim que nascem os mitos?
TIM SOBE:
– A tenda no Ibirapuera ficou demais! Som perfeito, ar-condicionado na temperatura certa – já congelamos em edições passadas – bebida fácil de pegar.
TIM DESCE:
– Horários das apresentações. Tudo bem, a gente adorou a idéia de fazer os shows no Ibira. Mas, por exemplo, a Tim Festa terminar à meia-noite numa sexta-feira? Hello, todo mundo em São Paulo está ferrado em algum trânsito a essa hora. Matinê demais.
Veja trecho da apresentação de Kanye West em São Paulo:
Crédito das imagens: Divulgação