Para celebrar o nascimento de seu álbum de estreia, Juliana Calderón realizará um show de lançamento no dia 15/10, na Unibes Cultural, em São Paulo, às 19 horas (veja mais detalhes no final do texto). “PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA”, nome do álbum, é uma experiência imersiva com música, drama e humor, que leva o público a uma jornada existencialista.
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“É um show para se assistir sentado, bem teatral e com muitas influências latinas. Nesse
espetáculo, vou apresentar duas canções mexicanas, que foram eternizadas na voz chorosa da cantora de tradição rancheira mexicana, Chavela Vargas, uma mulher que
atravessou o preconceito e o alcoolismo, e foi amante da pintora Frida Kahlo. Me
emociono muito com a intensidade emocional que ambas imprimiram em suas obras”,
adianta a cantora.
O espetáculo será gratuito e os ingressos já podem ser reservados através da plataforma
Sympla. A artista lançou seu primeiro álbum autoral no início de outubro, intitulado como
“PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA”, a obra vai além de uma simples compilação musical,
levando ouvintes a uma jornada de renascimento.
O trabalho, com produção do premiado diretor musical Marco França, é composto por oito
faixas em português, espanhol e inglês e mescla diferentes ritmos e gêneros musicais, com
influências latinas, balcânicas, nordestinas e do cabaré. O álbum já está disponível em
todas as plataformas de streaming.
Juliana Calderón acredita que suas composições tenham bastante teatralidade, também
pelo fato de ser atriz. “As canções levam uma forte carga dramática, trazendo à tona a
necessidade humana por expressividade e por criar um sentido para a própria vida”, conta
a artista.
Carreira
Formada em comunicação social e especialista em comunicação não violenta, Juliana
Calderón sempre esteve ligada aos palcos. Desde pequena, fez parte de grupos de teatro e,
mesmo tendo se formado comunicóloga, nunca abandonou os estudos relacionados à
arte dramática.
Estudou na The London Centre for Theatre Studies e na Central School of Speech and
Drama, ambas em Londres. Ainda no Reino Unido, participou de uma turnê de 3 meses com a premiada peça norte-americana “The Clean House”. Além disso, estudou humor na
SP Escola de Teatro e o método artístico de Antunes Filho, no Centro de Pesquisa Teatral
(CPT).
“Minha paixão sempre foi a atuação, fui pra Londres pra trabalhar e estudar teatro e,
depois de voltar ao Brasil, me dediquei ao teatro independente. Foi então que senti o
desejo de explorar mais a minha autonomia enquanto artista. Já cantava e tocava como
hobby, então pensei que na música poderia ter mais liberdade. Me encantei por esse lugar
da autoria, e passei a experimentar a composição”, explica Juliana Calderón.
Foi no ano de 2014, após um momento turbulento de crise na carreira e o fim conturbado
de um relacionamento amoroso, que a artista mergulhou na música. Como uma forma de
Juliana dialogar com suas emoções e compreender a crise existencial que estava
enfrentando, a composição passou a ser sua melhor amiga. Depois de algumas criações
finalizadas, investiu em aulas de piano e canto para aprender a tocar suas próprias
canções.
“Compor foi uma forma de tentar responder às minhas indagações sobre os rumos que eu
estava tomando na vida, transformar uma fase obscura em algo em que pudesse ver
alguma luz. Na época, meu professor de piano se encantou pelas minhas canções, e
começamos a tocar juntos, como uma dupla. Logo depois estava fazendo shows com
minha primeira banda”, relembra a artista.
Como cantora e compositora, esteve à frente de duas bandas, Granata, entre 2014 e 2018,
e Repentina, de 2016 a 2019, e se apresentou em diversos espaços culturais conhecidos da
cena musical independente de São Paulo.
Mas foi com o isolamento durante a pandemia, em 2021, que decidiu focar na carreira solo
e dar um maior direcionamento aos seus projetos, iniciando o processo de produção do
seu primeiro disco autoral, “PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA”, com Marco França.
“Já tinha tantas canções gestadas e nunca gravadas, senti que elas precisavam nascer
para o mundo. O Marco é um grande amigo e já tinha tocado comigo também, ele topou
na hora e começamos a trabalhar juntos”, diz Juliana.
Focada na carreira musical e com o álbum pronto, a artista conta que a maioria de suas
composições aconteceram de forma orgânica. “Elas surgiam com letra e melodia na minha
cabeça, sem pensar em um estilo específico ou seguir um padrão. Às vezes, do nada eu
acordava cantarolando em espanhol e, de repente, tinha uma canção”, revela.
O álbum “PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA” foi produzido para contar uma história. Começa em
meio a uma crise e transita entre reflexões, abismos e reconexões. Explora elementos da
natureza como metáforas para as complexidades humanas e apresenta o posicionamento
da artista enquanto mulher e feminista.
“É um álbum sobre libertação. Fala muito sobre o feminino, mas pode se conectar com
qualquer um que sente ou já sentiu a dor de não ser dono do próprio desejo e da própria
vida. Por exemplo, a faixa “Viva Escultura” foi feita como um ritual de reconexão com a
nossa ancestralidade feminina, como uma homenagem a todas as mulheres que vieram
antes de nós e que, de muitas formas, nos abriram caminhos”, diz Juliana.
Sobre expressar sua visão de mundo, a cantora e atriz acredita que “Sentido da Vida”,
“Viva escultura” e “Leoa Tectônica” são as faixas mais políticas do álbum, mas que fazer
arte enquanto mulher, em uma sociedade patriarcal altamente julgadora, que ainda
desvaloriza o feminino e a cultura é, em si, um ato político.
“Existir é político. A diversidade humana precisa ser vista, reconhecida e celebrada. Todos
nós deveríamos ter a possibilidade de experimentar a nossa essência criadora. Espero que
este trabalho possa inspirar mais mulheres a buscarem caminhos para se expressar. O
nome “PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA” se refere a esse tensionamento necessário a qualquer
processo de transformação. É preciso desejar, agir, tensionar nossas placas tectônicas,
para que um novo lugar em nós possa ser construído”, comenta a artista.
Juliana traz em seus projetos autorais debates sobre depressão, igualdade de poder e,
principalmente, sobre a coragem de nos reconhecermos em nossa vulnerabilidade e
autenticidade.
Já pensando nos próximos projetos, Juliana Calderón planeja um segundo álbum focado
em idealização, chamado “SEGUNDO ATO: PLATÔNICA”. Atualmente, também está
trabalhando em um solo teatral de auto ficção que escreveu, intitulado “Todas as Cigarras
do Mundo”, com conexão direta com seu álbum de estreia.
Serviço
Evento: Show de lançamento – “PRIMEIRO ATO: TECTÔNICA”;
Data: 15 de Outubro de 2023;
Horário: 19 horas;
Local: Unibes Cultural (R. Oscar Freire, 2500 – Sumaré, São Paulo – SP, 05409-012);
Ingressos: Gratuitos e podem ser reservados através da plataforma Sympla.
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