Jesus and Mary Chain em São Paulo
Créditos: Manuela Scarpa/Photo Rio News
Jesus fez o que esperava-se dele: um milagre. Neste domingo (25), no Memorial da América Latina, numa noite fria e chuvosa, para escocês nenhum botar defeito, nós, “romeiros darks” que estavámos ali com nossas capas de chuvas miseráveis, testemunhamos uma parede de graves e distorções puxando o fundo das nossas almas, como uma arrastão psíquico.
O Cultura Inglesa Festival não poderia escolher banda melhor para representar este equilíbrio tipicamente britânico entre a sujeira e o sublime. Do Jesus and Mary Chain também sempre se espera shows desencontrados, o que os irmãos Jim e William Reid também entregaram.
Em três momentos, Jim mandou parar e voltar. Eles estavam claramente desensaiados. Bom para o pessoal do Rio, onde a banda se apresenta na terça, que vai ver um show mais redondinho.
O set, palavra da salvação
Mas o que é “errado”, quando se fala em noise? Microfonias apitando? Isso, provavelmente, tem mais a ver com a falta de passagem de som, com problemas de organização. Também, nesse ponto, não foi legal divulgar que o show começava às 14h, quando a principal atração da noite só entraria às 19h30.
Uma hora e dez minutos depois, no entanto, todos nós sairíamos pensando, ensopados: “Do jeito que eu me sinto esssa noite, poderia morrer que não ligaria”. Não sei se minha alma foi salva, desconfio que não, mas não é toda noite que você encontra Jesus. Aleluia!
Veja o setlist do show
Snakedriver
Head On
Far Gone and Out
Between Planets
Blues From a Gun
Teenage Lust
Sidewalking
Cracking Up
All Things Must Pass
Some Candy Talking
Happy When It Rains
Halfway to Crazy
Just Like Honey
Encore:
The Hardest Walk
Taste of Cindy
Reverence