Uma banda dos anos 80 sedenta por novidade. Essa é a classificação que o Ira! procura depois quase 20 anos de carreira e 12 álbuns. O público paulista poderá conferir se a busca deu resultado em duas apresentações, em 18 e 19 maio, no DirecTV Music Hall.
Para o novo show, impulsionado pelo lançamento do álbum “Entre seus Rins”, o Ira! preparou, pela primeira vez, algo a mais para mostrar no palco: um telão vai projetar animações e iconografias que ilustrarão cada uma das músicas.
Além do telão, o palco vai receber outras participações especiais. Foram escalados os músicos — e amigos — Arnaldo Antunes (ex-Titãs), para sábado, e Andreas Kisser (Sepultura), para domingo.
Edgar Scandurra, guitarrista da banda, explica as escolhas: “O Arnaldo já é de casa, eu toquei com ele e temos uma composição neste disco. O Andreas, apesar de estar acostumado com sons mais pesados, já ouviu muito Led Zeppelin, como eu”.
“TOCA POBRE PAULISTA!!!”
Sobre o repertório do show, o guitarrista diz que eles não precisarão voltar tanto no passado, uma vez que têm disco novo no mercado. Porém, admite que os grandes sucessos do Ira! — como “Núcleo Base” e “Flores em Você” — vão estar presentes para agradar a velhos e novos fãs.
Scandurra admite que tem evitado, porém, tocar “Pobre Paulista”, canção com influência punk presente num compacto de 1983, e que é uma espécie de “Satisfaction” da banda. “Mas não tem jeito: passou da segunda música, tem sempre alguém que passa a gritar ‘Toca Pobre Paulista!!!’ toda hora. E daí a gente toca…” conta, rindo.
Aliás, o músico diz que a participação do público é imprescindível para o bom andamento do show. O repertório nunca é rigidamente preestabelecido e, dependendo da animação da platéia, a banda arrisca músicas pouco tocadas e até covers, chegando, muitas vezes, a atender os pedidos dos fãs na base da improvisação: “Ainda bem que nós estamos confortáveis com todo nosso repertório, assim não enfrentamos saia justa”, conta.
Apesar do “habitat” do Ira! ser o palco, Scandurra diz que é sempre uma situação de nervosismo estrear uma nova apresentação ao vivo. “Fico sempre de mau humor, minha mulher até já sabe que, quando eu fecho a cara, é porque tá chegando dia do show”, conta.