Enquanto Justin Bieber assiste tranquilamente ao sucesso de sua primeira cinebiografia e de seus dois álbuns mais recentes, o brasileiro Fiuk sai de sua zona de conforto ao abandonar seu posto de vocalista da banda Hori para se dedicar a um projeto solo.
Mesmo com realidades diferentes, os dois músicos têm algo em comum: ambos resolveram contar seus segredos e curtas histórias de vida em biografias, intituladas Diário de Fiuk e Justin Bieber O Primeiro Passo Para a Eternidade: Minha História.
Fiuk, de 20 anos, e Justin Bieber, de 17, compartilham a atitude tranquila em relação à fama, mas não concordam em quase nenhum outro assunto. Em questões como família, mulheres e gostos musicais, os dois têm opiniões muito diferentes. Certamente, muitas delas reflexos das realidades culturais dos seus países de origem.
O Virgula Música selecionou alguns trechos das duas biografias e comparou a atitude dos músicos em assuntos como fama, dinheiro, brigas, mulheres, futuro e música.
Veja abaixo as opiniões de Justin Bieber e Fiuk:
FAMA
Justin
“Às vezes acho que essa é de fato a expectativa de muita gente: meu mundo se tornou muito grande rápido demais, e tendo em vista um monte de exemplos tristes, muitas pessoas esperavam que eu me perdesse neste mundo”.
“Estou cercado de gente boa, um pessoal muito esperto, supertalentoso, que me ama e cuida de cada passo que eu dou. Não me deixam perder de vista de onde vim e para onde vou. Não deixam que o sucesso me suba à cabeça. Meu sucesso vem de Deus, através de pessoas que me amam e que me apoiam, inclusive meus fãs”.
Fiuk
“A fama não me incomoda, sinceramente. Eu sempre soube o que queria pra minha vida e como seria isso. Então, enfrento numa boa as consequências de ser um cara conhecido. Acho ótimo, mesmo não podendo mais ir ao shopping ou curtir um barzinho com os amigos”.
FAMÍLIA
Justin
“Se você acha que é uma aberração por não ter uma família normal, vou te contar uma novidade: quase ninguém tem”.
“Minha mãe e meu pai mal tinham saído da adolescência quando eu nasci. Não eram muito mais velhos do que eu sou hoje. Eles se separaram quando eu tinha dez meses. Logo depois, papai começou a trabalhar no ramo de construção civil fora da cidade. Mamãe basicamente topava qualquer trabalho que nos ajudasse a ter um teto sobre nossas cabeças. Chegamos a morar em casas do sistema público de habitação, e não havia luxo em nosso pequeno apartamento, mas nunca me dei conta de que éramos, na verdade, pobres”.
“Minha mãe me deu liberdade para eu ser quem sou, mas pregou os olhos em mim feito uma águia: disciplinou-me severamente, ensinando-me a importância de fazer a coisa certa e mantendo Deus na minha vida”.
Fiuk
“Nunca tive uma relação de pai e filho quando criança. Sabe aquela coisa de moleque querer aprender a tocar violão e o pai, que não toca quase nada, mesmo assim pega o violão e tenta passar o pouco que sabe? Quando via pai e filho andando de bicicleta, brincando na piscina, eu ficava olhando e me sentia triste. Meu pai estava sempre trabalhando, não tinha nenhuma troca de carinho”.
“Eu tinha uns doze ou treze anos quando ganhei uma guitarra e comecei a tocar. Nessa época, eu já morava com o meu pai. De vez em quando, estava tocando no meu quarto e ele entrava, louco da vida: ‘Canta afinado, pô!”. Isso aconteceu várias vezes. Aí comecei a me olhar no espelho e me achar um lixo, aquilo começou a me derrubar”.
“Meu pai não aprovou minha primeira demo. Quando cheguei, todo feliz, mostrando as músicas que tinha feito, ele disse: ‘moleque, você realmente acha que isso está bom? Pelo amor de Deus! Faça de novo, você está desafinado! Levei cinco anos para ganhar o primeiro elogio dele”.
MULHERES
Justin
“Odeio quando saio com uma menina e os dois precisam ficar se esforçando para puxar conversa. Acho que o que indica que o encontro está dando certo é quando você consegue simplesmente relaxar sem se sentir obrigado a forçar uma conversa”.
“Esse sou eu, um romântico. Mas isso não é algo ruim. Será que existe alguém idiota o suficiente para não querer ter amor? Aposto que 95% dos caras de 16 anos admitiriam que pensar 45 coisas sobre garotas a cada três minutos (os 5% restantes estariam mentindo)”.
“Grande parte do sucesso com o sexo oposto nasce da seguinte regra: não seja um idiota. Não finja se importar com os sentimentos de uma garota se você na verdade não se importa”.
Fiuk
“Duas pessoas se amando é lindo. Mas acho triste esse negócio de ficar com várias pessoas. O corpo é uma coisa tão particular, é preciso cuidar dele. Hoje em dia tem muita doença por aí. A mulher tem uma engenharia corporal tão…tão…diferente, tão cheia de detalhes. O corpo dela é sagrado! Ela menstrua, tem filhos… não pode de jeito nenhum sair por aí, sem consciência! É uma questão de respeito a si própria e aos outros também”.
“As mulheres não são para serem entendidas, e sim para serem amadas, como diz meu pai. Não gosto de mulheres que usam roupas muito curtas ou vulgares”.
BRIGAS
Justin
“Para o azar dos brigões, meu pai é um ex-lutador profissional que costumava me levar para as suas aulas de luta. Não demorou muito para eu ganhar a fama de quem não leva desaforo pra casa, apesar de terem tentado; Não sou um lutador por natureza, mas, se acredito em algo, luto por isso”.
Fiuk
“Odeio brigas, eu não queria que existisse violência no mundo. O ser humano inventou a arma que pode matar outro ser humano. Isso é horrível!”.
MÚSICA
Justin
“Em 2000 ou 2001, quando estava aprendendo a tocar, era a época da explosão da Beyoncé. Naquele mesmo ano, ouvi Fallin, da Alicia Keys, e até hoje não me canso dessa música. O Usher mandou muito bem com U Remind Me. A Missy Elliot gravou aquele vídeo muito doido para a música Get Ur Freak On… além disso, eu ouvia muito Outkast, Nelly, Uncle Kracker, Mary J. Blige…”
Fiuk
“Eu ouço muito John Mayer, Steve Ray Vaughan, um pouco de Eric Clapton e, claro, um pouquinho de B.B. King. As letras de Cássia Eller, Renato Russo e Raul Seixas ainda mexem comigo. Um dia eu quero gravar Metamorfose Ambulante, do Raul Seixas. Essa música é muito louca!”.
FUTURO
Justin
“Meu show no Madison Square Garden foi só o começo. Quero continuar fazendo o que amo”.
Fiuk
“Essa rotina é uma coisa muito doida: não há como prever nada na carreira. Hoje, daqui a uma semana ou um mês pode surgir um cara bem melhor que eu, e daí? Por isso vou fazer tudo para me reiventar sempre e de uma forma bacana”.