Ícone do Rock in Rio, Glaucio Cristelo fala da carreira ao Virgula

Um verdadeiro “showman”, na mais pura e singela acepção da palavra. Este texto tem um quê de energia quântica, toda materializada em palavras ao entrevistar um dos melhores pianistas do Brasil, Glaucio Cristelo.

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Há uma década a história do Rock in Rio já não é mais a mesma sem mencionar o talento de Glaucio, presente nas últimas cinco edições brasileiras do evento e em duas em Portugal, caminhando para a terceira agora em junho.

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O músico falou em entrevista exclusiva ao Virgula sobre projetos, carreira e, claro, a ansiedade de estar mais uma vez presente na área vip do Rock in Rio 2022, que acontece em setembro na Cidade Maravilhosa.

“A expectativa para cada Rock in Rio é sempre diferente, de forma positiva, porque você nunca sabe o que vai encontrar. Já tiveram dias que os seguranças precisaram colocar proteção (o piano fica em espaço aberto) porque as pessoas ficam muito animadas e chegavam muito próximas do piano, queriam cantar e tudo mais”, diz ele relembrando uma das edições.

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“O Rock in Rio Brasil ele é mais intenso, pela questão da cultura, pelo brasileiro ser mais intenso, ter mais energia, do que na Europa, por exemplo. Lá também tem energia, mas é mais de uma forma comedida”.

Gratidão pelo reconhecimento

Glaucio faz anônimos e famosos pirarem com o seu trabalho não é de hoje. Na última edição do evento, por exemplo, Tatá Werneck falou sobre o que viu. “Fiquei tão encantada quando ouvi o Glaucio Cristelo pela primeira vez que procurei imediatamente saber quem era. Ouço o dia todo e no repeat”.

“Uma sensação indescritível relatos como esse porque você tem a certeza de que está atingindo o coração das pessoas, a música é isso, a arte é isso. Ter uma reação assim ao meu trabalho é muito gratificante”, conta o pianista.

O começo no piano

A dedicação e o estudo musical começaram cedo na vida de Glaucio Cristelo. Aos 10 anos, ele via o pai ter aulas de teclado, mas sem se dedicar tanto assim ao aprendizado. Quem se interessou então foi o filho, que no lugar do patriarca começou a ter as aulas.

“Meu pai me dizia que eu poderia fazer as aulas no lugar dele, mas desde que eu me dedicasse muito, com pelo menos duas horas de estudo por dia. Caso contrário ele já cancelaria as aulas”, relembra o músico.

A sintonia com o instrumento e depois o piano foi tanta que com apenas 13 anos de idade, Glaucio já fazia o seu primeiro show recebendo pelo trabalho. Ele conta como se voltasse ao tempo e estivesse vendo a imagem.

“Comecei muito cedo. O primeiro foi no shopping chamado Barra Square, aqui na Barra da Tijuca. Na época eu tocava de tudo. Era bossa nova, rock, MPB, bolero, gêneros bem diversificados. Era muito gratificante já receber pelo trabalho”.

O Piano Rock

“Já que você gosta de rock e o rock no piano fica tão bom, por que você não faz um projeto só de rock?”. O incentivo não poderia ter vindo de uma das maiores inspirações de Glaucio na vida, a mulher, Tay Cristelo, também musicista.

Em 2006, ele topou a ideia dada pela esposa e iniciou o projeto do qual colhe frutos até hoje: o Piano Rock. Inclusive é este o projeto que fez Glaucio ser contatado por Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, para levá-lo em 2011 ao evento, aonde encanta multidões até hoje.

“Até então, naquela época, o Medina nunca tinha colocado nenhuma atração na área VIP do Rock in Rio. Essa foi a primeira atração. A primeira e única, não tiveram outras”, explica Glaucio.

O projeto só cresceu e no ano passado deu um salto quando o pianista foi convidado pelo próprio Medina para fazer o comercial oficial do Rock in Rio, com um piano em pleno deserto do Atacama.

“Foi uma sensação única, indescritível. Eu tive o prazer de estrelar o comercial e, mais ainda, de fazer o arranjo da música do comercial junto com o Eduardo Souto Neto, o criador da música do Rock in Rio. Fiz o arranjo junto com ele. Foi um misto de sensações indescritíveis”.

Rapidinhas com Glaucio Cristelo

Virgula: Uma inspiração que te fez gostar da música?

Glaucio: Meu pai. Meu pai foi quem me inspirou por gostar tanto de música.

Virgula: Daqui a 30 anos, sua história pode ser contada junto com o Rock in Rio?

Glaucio: Nunca parei para pensar nisso. Mas, nossa, para mim seria uma honra se lembrado como um tijolinho também do Rock in Rio.

Virgula: Se você tivesse de indicar dois artistas, um nacional e um internacional, com os quais você gostaria de fazer um evento. Quais seriam?

Glaucio: Internacional fica mais fácil, porque sou muito fã de uma banda chamada “Muse”. Agora nacional é difícil. Era muito fã do Charlie Brown Jr., aquela de comprar ingresso e ir a show. Mas hoje vivos, eu acho que faria com o Biquíni Cavadão. Gosto de trabalhar com pessoas que têm a mesma vibe que a minha, conheço eles, são uns amores de pessoas. Então seria um show com o Biquíni Cavadão.


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