Daniel Peixoto ficou conhecido no Montage e lançou seu primeiro álbum solo em 2011, Mastigando Humanos. Deste disco, saiu Olhos Castanhos, música que o levou à trilha da novela global Lado a Lado.
Massa, seu segundo álbum, tem previsão de ser lançado em julho e esta semana ele mostrou o primeiro single do disco, Crush. Nós trocamos ideia com o cara que é mais ou menos aquilo que o David Bowie seria se ele tivesse nascido no Ceará.
O que mudou e o que permanece o mesmo desde que começou com o Montage?
Daniel Peixoto – Falando sobre o meu som posso dizer que continuo na eletrônica e nunca abandonei meu estilo, mesmo passeando livremente por outros universos, o electro esta sempre presente. Sobre o Daniel artista, são 11 anos trabalhando profissionalmente com música e creio que é um tempo excelente para praticar, errar, aprender, se renovar! Hoje sou um músico melhor do que quando comecei e quero melhorar sempre! Mas a mudança maior mesmo foi no estilo de vida! Na epoca do montage eu vivia como se não houvesse amanhã e aprendi que não se vai muito longe assim, vivo cada dia de uma vez mas sempre olhando pro futuro, deve ser tambem porque eu virei pai nesse meio tempo!
Você sempre será lembrado como um dos pioneiros entre os MCs gays no Brasil. Teme que a questão “queer” se torne banalizada?
Daniel Peixoto – É fato que a pauta LGBT no Brasil esta muito em voga, e isso será sempre positivo, ter vozes, independente do que elas digam (risos)! Eu não gosto de todos os cantores/artistas que abordam esse tema como bandeira porque as vezes não me reconheço ali. Mas respeito todos, lhes desejo sucesso e fico muito orgulhoso de ter tomado a tomate na cara a 11 anos atrás para que hoje essas pessoas possam se expressar de uma forma mais tranquila de que quando eu comecei.
O que caracteriza o pop brasileiro na sua opinião?
Daniel Peixoto – O pop no Brasil, desde os anos 80 vem tomando uma cara própria misturando os elementos que vêm de outros países aos nossos sons e estilos. Existem uma leva de artistas muito competentes que fazem isso com muita maestria, desde da galera do pop rock dos anos 80, passando pelo axé dos 90 e o funk e o brega que são estilos mais atuais. O nosso pop é muito rico e uma penca de artistas gringos bebem dessa fonte, talvez ate melhor do que muitos aqui. Não é a toa que Michael Jackson e Pet shop Boys vieram gravar com Olodun, Bjork com Brown e Deodato, sem falar em Diplo, MIA etc…
Quais são as principais referências do disco?
Daniel Peixoto – O disco tem três momentos bem distintos, um rock, talvez influenciado pela volta do Montage ano passado, um bem eletronico mas com pegada tropical, brazilian beats etc e um outro momento meio reggae/dancehall, que são estilos que eu tenho ouvido bastante! Me influenciaram Major Lazer, Santigold, Brooke Candy, Disclousure e os sempre presentes, Massive Attack, Bowie, Madonna, Chemical Brothers…
O que tá acontecendo de mais novo na música brasileira hoje, na sua opinião?
Daniel Peixoto – Gosto bastante desse bom de artistas que fazem um MPB pulsante, com pegada rock n roll como Joohny Hooker, Likiner, Karina Buhr. Numa vertente mais dance, curto Jaloo, Linn da Quebrada e Rico Dalasam! todos esses, em minha opinião, representam!