A chegada de “Orí Okàn”, novo álbum de Iara Rennó, começará pelo palco. No próximo dia 20 de maio ela apresenta pela primeira vez ao vivo as canções do disco, o nono de sua carreira. E ele não chegará sozinho.
O show de pré-lançamento, que acontece no Itaú Cultural, reunirá também o antecessor de Orí Okàn, Oríkì, trabalho lançado um ano atrás, e que rendeu à artista a primeira indicação ao Grammy Latino. Álbuns irmãos, os discos têm temáticas em comum, mas sonoridades bastante distintas. Enquanto o já conhecido repertório conta com formação extensa, com Curumin na bateria, voz e MPC, Alysson Bruno e Victória dos Santos nas percussões, Lucas Martins no baixo, Guilherme Held na guitarra, e um naipe de sopros formado por Allan Abadia no trombone, Larissa Oliveira no trompete e Buga no saxofone, o álbum inédito tem expressão minimalista. No palco, ele contará com Iara assumindo voz e violão, Aline Falcão no teclado e acordeon, além de percussões de Victória dos Santos e Curumin. O disco chega oficialmente às plataformas digitais no dia 26 de maio, pelo selo dobra discos, com distribuição da Altafonte.
“Oríkì” e “Orí Okàn” são os primeiros álbuns que Iara Rennó dedica integralmente à sua fé religiosa, e eles vão além dessa abordagem. Os dois trabalhos carregam em suas bases e fundamentos a história cultural (do Candomblé) e a história pessoal (a vivência de Iara no Candomblé), cada um deles guiados por um conceito único.
Enquanto “Oríkì” exalta a cultura Yorubá dos Orixás através das transcriações de orikis milenares da tradição nagô musicadas por Iara, “Orí Okàn” traz uma perspectiva mais íntima da experiência da artista na cultura e na vivência religiosa do candomblé, com composições solo, feitas em grande parte em um período de recolhimento de Iara no terreiro.
Esses dois recortes aparecem refletidos na sonoridade. “Oríkì”, com composições mais universais, soa como um afro-pop contemporâneo, expansivo e grandioso, e acima de tudo, futurista. Já em Orí Okàn, é a raiz que está em evidência. Com arranjos mântricos, soa misterioso, íntimo, ancestral.
“‘Oríki’ nasce desse primeiro contato, com tudo o que disse acima, e ‘Orí Okàn’ nasce do meu nascimento como filha de santo, por tanto, vai ainda mais fundo. Não é apenas o encantamento de quem vê de fora, mas, de dentro, não só de dentro do terreiro, mas de dentro de mim mesma, do meu próprio Orí (cabeça ancestral, espírito, destino). ‘Orí Okan’ é quando meu Orí encontra seu coração e meu coração encontra seu destino, sua casa” – explica a artista.