Iara Rennó e Zé Manoel cantam juntos último single antes de “Orí Okàn” (Foto: Sillas H.)
Um ritual conduzido pela beleza. Essa é a impressão que se tem ao ouvir Oluayê, single que chegou nas plataformas de streaming nesta sexta-feira, 5 de maio, reunindo pela primeira vez Iara Rennó e Zé Manoel. Em arranjo minimalista que pende entre a força e a delicadeza, com o violão da paulistana em conversa com o piano de poucas notas do pernambucano, a composição de Iara fecha o ciclo de singles que abrem caminho para a chegada de seu novo disco, Orí Okan. A música chega pelo selo dobra discos, e tem distribuição da Altafonte.
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“Oluayê é o apelido carinhoso com o qual chamamos um dos mais temidos orixás, Obaluayê – ou Omulu” – conta Iara. Com sonoridade um tanto enigmática, a partir de uma abordagem profunda do piano de Zé Manoel, e um toque denso do violão de Iara, a canção é resultado de um processo íntimo e solitário da artista.
“Essa música fala de uma vivência minha, algo que experienciei durante o meu recolhimento no terreiro, em algum dos mundos por onde trafegamos quando adentramos nesse universo mágico e misterioso, de corpo e orí abertos. É uma das faixas que mais me emociona, e, pela magia que envolve seu nascimento, acredito que irá reverberar fundo no povo de axé”. – completa a artista.
Antes de “Oluayê”, Iara lançou “Logun”, que canta com Moreno Veloso, e “Iemanjá”, única regravação do disco, registro que ela fez para a composição de Serena Assumpção. Orí Okan chega no fim deste mês, quase um ano após o lançamento de Oríkì, primeiro álbum que Iara Rennó dedicou à sua fé religiosa, e que lhe rendeu a primeira indicação ao Grammy Latino.
Do yorubá, Orí significa cabeça – mas num sentido mais amplo, que engloba o espírito e o destino – e Okàn, coração. Orí Okàn pode ser lido como o ‘destino do coração’. O disco também celebra orixás, como seu antecessor, mas sob uma perspectiva íntima de Iara, a partir de sua vivência de quase vinte anos do universo cultural e religioso do candomblé. O álbum será lançado pela dobra discos, com distribuição da Altafonte.
