Em 2002, o grupo paulistano de música instrumental Hurtmold lançava o segundo álbum, Cozido. Na época, o trabalho foi editado apenas em formato CD, pois o vinil tinha perdido forças e não ocupava prateleiras como hoje em dia, voltando a ser uma das principais mídias físicas de consumo de música. Quinze anos se passaram e a justiça será feita para celebrar a data: Cozido está sendo lançado em vinil 12″ (LP) pela Submarine Records e Anda Anda Discos, e ainda ganhará um show comemorativo que acontecerá neste sábado, 22, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
Para falar mais sobre Cozido, o Virgula conversou com o guitarrista Fernando Cappi, que comentou sua faixa preferida, revelou como a foto que estampa a capa do álbum foi feita, entre outras coisas. O músico também falou sobre os 20 anos do Hurtmold, que serão comemorados em 2018.
Confira a entrevista:
Virgula: No que o álbum ‘Cozido’ mudou na carreira da banda?
Fernando Cappi: Era o lançamento do nosso segundo disco, fora as fitas cassete, e é sempre boa a sensação de sentir que o trabalho que fazemos está indo em frente, que está dando certo, que está de certa forma evoluindo. Essa sensação é basicamente a mesma toda vez que lançamos algo novo. É como se as músicas passassem a “existir”, elas deixam de ser só ideias e se tornam algo mais concreto, com arranjos consolidados e que a partir daquele momento nós mesmos podemos “ver” como ficou por fora. Acredito que todos nós mudamos um pouco quando lançamos algo novo, pois é o momento em que descarregamos todas aquelas ideias num registro, isso deixa tudo mais leve, é um alívio e uma satisfação sempre, em qualquer lançamento. Isso meio que libera o caminho pra coisas novas, desentulha a cabeça e ilumina o futuro. Algo do tipo, legal, agora vamos em frente.
Quais as melhores lembranças que você tem da época do Cozido?
Pra dizer a verdade, eu não tenho muitas lembranças, minha memória é meio ruim (rs). O que ficou definitivamente marcado, especialmente por causa desse disco, foi a viagem que fizemos pra praia da areia branca no Guarujá. No caminho paramos em Cubatão e por acaso saiu a foto da capa do Cozido. Quem bateu a foto foi o Andre Calvente, amigo de infância. Foi desbaratinado, nem um pouco planejado, mas ele sempre foi um bom fotógrafo, ficou muito boa a foto, daí escolhemos pra ser capa.
As músicas do ‘Cozido’ fazem sentido até hoje?
Acho que sim e não. Sim porque particularmente pra gente é parte da história da banda, da discografia, é um registro de um momento nosso. E como música/disco pra gente também faz. Agora, pra quem ouve, cada um tem uma sensação, pra cada um faz ou não sentido, seja em 2002, hoje ou mais pra frente. O que não faz mais muito sentido pra gente é tocar algumas daquelas músicas. É um momento diferente, nós mudamos, tocamos por anos todas elas, a empolgação pra tocar algumas músicas desaparece. Não significa que não gostamos delas, eu gosto bastante, escuto de vez em quando e acho massa. Inclusive no show de lançamento vamos tocar algumas do vinil.
Qual é a sua preferida do disco?
Eu gosto bastante da Desisto. E também da Bulawayo. Essa música a gente regravou com o Paulo Santos no Curado, disco que gravamos todo com ele e lançamos em 2016. Isso acabou criando um sentimento especial em relação a essa música
No ano que vem o Hurtmold completará 20 anos de carreira. Já pensaram em como vão celebrar a data?
Com certeza com vários shows comemorativos. E com certeza vamos fazer algumas festas e consumir alguns litros de algumas coisas.
SERVIÇO:
Show: Hurtmold em show de lançamento da edição em vinil do álbum Cozido
Quando: 22 de julho, 21h
Onde: Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer – Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera (Entrada para carros pelo Portão 3)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Duração aproximada: 75 minutos
Capacidade – Plateia: 806 lugares
Livre para todos os públicos
Informações: www.auditorioibirapuera.com.br
Tel.: 11 – 3629-1075 ou info@auditorioibirapuera.com.br