Os herdeiros do espólio de John Lee Hooker estão oferecendo para lançamento as últimas gravações feitas pelo lendário bluesman e, ao mesmo tempo, planejando uma gravação e um concerto em sua memória, turnês anuais de shows, a criação de uma fundação educativa e de um clube.
O administrador do espólio, Eugene Skuratowicz, propõe uma coleção de 30 faixas ainda inéditas de Hooker como base de um conjunto de dois CDs intitulado “End of the World Blues”.
Hooker, que morreu dois anos atrás, aos 83 anos de idade, estava passando por uma retomada considerável de sua carreira desde 1989, com o lançamento do CD “The Healer”. Nesse álbum e nos três que o seguiram, Hooker fez par com grandes nomes do rock e do blues, como Carlos Santana, Van Morrison, Eric Clapton, Robert Cray e Los Lobos.
O plano de Skuratowicz é retirar as faixas de backing das gravações ainda inéditas de Hooker e substitui-las por duetos com os artistas que trabalharam com ele nos anos 1990.
Santana e Peter Green, o ex-guitarrista do Fleetwood Mac, já expressaram interesse em participar no projeto. Como parte do acordo, o espólio do bluesman também está oferecendo três faixas vocais de Hooker, um dos quais um dueto com sua filha Zakiya, e gravações de 1949 em que ele canta spirituals nunca lançadas. Skuratowicz disse que pretende tomar uma decisão quanto ao selo com o qual gravar dentro de dois meses.
Em agosto, o espólio começou a atuar para promover o legado de Hooker, organizando um “concerto beneficente familiar de aniversário” em San Francisco, com Big Head Todd & the Monster, Peter Green, Canned Heat e outros.
Há planos para promover shows memoriais nos EUA e na Europa no próximo ano. A renda será revertida para a Fundação John Lee Hooker, que doa dinheiro a programas de educação musical e artística voltados a crianças carentes.
“Com a série de blues apresentada por Martin Scorsese prestes a estrear na PBS, sendo que o primeiro programa será sobre John Lee Hooker, este é o melhor momento para colocar esses planos em ação”, disse Skuratowicz, observando que os ataques de 11 de setembro adiaram vários dos projetos.
