
“Heavy Metal é como Sertanejo pra mim”, dispara Lobão em podcast (Foto: Reprodução)
Para marcar o episódio de número 150 do podcast “Benja Me Mucho”, Benjamin Back recebeu nesta terça-feira (07/10) o músico e compositor Lobão e logo no início da conversa, o roqueiro polemizou ao ser questionado sobre o Heavy Metal, estilo que, segundo ele, perdeu a essência negra: “Heavy Metal é como se fosse sertanejo pra mim”, afirmou.
Ao justificar sua crítica, Lobão foi ainda mais longe. “O Heavy Metal é uma degenerescência porque ele perde toda a essência negra. Ele vira uma coisa nórdica. […] O metal, ele se torna um som branco, nórdico, absolutamente desprovido de swing, de negritude e uma fixação olímpica em si, rápido”.
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Benjamin questionou se ele gostava das bandas icônicas do gênero, como Iron Maiden e Mötley Crüe. “Mas nem pensar. Imagina. Eu sou homem fino, cara. Eu gosto de Cactos, Humble Pie. Eu sou dos anos 70, cara. Isso é um cocô do cavalo do bandido”.
“Rock in Rio é o túmulo do Rock”
Ele também fez crítica direta aos festivais, especialmente ao Rock in Rio, onde já se apresentou. “Lá é uma bosta. Rock in Rio é o Túmulo do Rock”, disparou. Ele contou que, apesar de ter sido eleito a melhor atração de um grande festival no exterior, quando tocou o mesmo repertório no Rock in Rio, foi recebido com hostilidade pelo público, que jogou latas e até mijo no palco. Além disso, ele afirmou que o empresariado brasileiro não respeita os artistas nacionais, tratando-os como coadjuvantes frente às atrações internacionais.
Lobão recusou 1 milhão de dólares por licenciamento
Durante uma conversa com Benja, Lobão revelou ter recusado uma proposta de 1 milhão de dólares para usar sua música “Me Chama” em uma campanha publicitária de uma grande operadora telefônica. “Não sei se era Vivo ou Telefônica”, disse ele. Ao ser questionado sobre o motivo da recusa, foi direto: “Eu não vendo sabão em pó, não é? Eu não sou prateleira de supermercado. Eu quero me excluir desses tipos de assuntos de marketing”. Mesmo diante da insistência de Benja sobre o valor envolvido, Lobão manteve sua posição: “ 1 milhão de dólares. Eu sou um cara muito chique. Eu acho feio, eu acho vulgar. A minha música não é feita para ser fruída como fundo de musical. Eu não sou fundo de elevador. Eu não sou outdoor de companhia. Eu não quero: ‘Ah, aquela música da telefônica’. Não, que isso! Minha música vale ouro. Eu, ávido por dinheiro, quero ganhar milhões de dólares dentro daquilo que a minha mira propicia”, disse.
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Diagnóstico de TEA
Durante o papo, Lobão também revelou ter sido diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA). “Eu sou autista, eu tenho o diagnóstico, então eu sou um cara muito tímido, parece que não, mas eu sou um cara, não só tímido, muito reservado, eu vivo no universo paralelo”, revelou.
Relação conturbada com o pai
O músico também compartilhou um relato pessoal sobre a relação turbulenta com o pai, que o expulsou de casa no início da carreira mas, de acordo com ele, depois tentou se beneficiar da fama do filho. “Foi constrangedor. Meu pai foi me pedir autógrafo e ainda comeu a minha fã. Comeu algumas. Eu fiquei puto. O mesmo que me expulsou de casa”, revelou.
Novo álbum para 2026
Lobão anunciou o lançamento de um novo álbum para março de 2026, o Vale da Estranheza, descrito por ele como uma ópera do rock. O disco já tem dez faixas finalizadas e o primeiro clipe e single sairá ainda em 2025.
Segundo ele, o conceito do projeto parte de uma ideia científica. “O ‘Vale da Estranheza’ é uma expressão cunhada em 2005 por um cientista que inventou um robô igualzinho a ele, japonês. E ele falou uma expressão que em inglês é Uncanny Valley, a sensação que você tem de uma criatura igual você externamente, mas internamente feito de transistor […]. Isso causa uma síndrome em qualquer ser humano que se chama Vale da Estranheza. Eu achei poético e achei que isso poderia ser mais abrangente para outros tipos de relação”, explicou o cantor.
A entrevista completa com Lobão está disponível no canal oficial do podcast Benja Me Mucho no YouTube e nas plataformas de áudio. Clique aqui e assista na íntegra!
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