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(Foto: Marta Ayora) Guns N’ Roses

A primeira pergunta que vem à cabeça quando o assunto é Guns N’ Roses é: como está a voz de Axl Rose? O questionamento é feito por causa do show que o grupo fez no Rock in Rio no último sábado, 23, onde a transmissão do canal Multishow, digamos, não favoreceu o vocalista nem um pouco. Pela TV sua voz lembrava a do personagem animado Mickey Mouse e até virou meme na internet. Porém, a que foi vista e ouvida nesta terça, 26, durante o show que a banda fez no São Paulo Trip, no Allianz Parque, continua bem potente, diferente da presenciada por um monitor.

Óbvio que a voz de Axl não se compara com a de 30 anos atrás. Hoje, aos 55 anos, o cantor não alcança notas tão altas como costumava fazer, mas pouco desafina e aguenta as – pasmem – três horas e quinze minutos de show. Isso mesmo. O Guns prometeu que seus shows no Brasil teriam essa longa duração e cumpriram. E Axl segurou a barra firme e forte. O vocalista, Slash e Duff McKagan estão em sua melhor forma desde que se reuniram em janeiro de 2016. Estão mais entrosados do que quando se apresentaram em novembro do ano passado no mesmo estádio e vendem um dos maiores espetáculos de rock and roll da atualidade.

As mais de três horas de show também têm um objetivo: servem para Axl descansar e recuperar o fôlego. Diversas vezes o vocalista se retira enquanto Slash e o guitarrista Richard Fortus fazem seus shows à parte, tocando altos e longuíssimos solos e inserindo covers instrumentais neles, como Wish You Were Here, do Pink Floyd, e Johnny B. Good, de Chuck Berry. Por isso o show se estende tanto. Se Axl precisasse cantar todas as músicas em sequência provavelmente não conseguiria.

No repertório os tiros são certeiros, bem no peito e avassaladores: It’s So Easy, Welcome To The Jungle, Mr. Brownstone, You Could Be Mine, Civil War, Sweet Child O’Mine, November RainNight Train, Don’t Cry, Patience e Paradise City que encerrou a noite.

Assim como no Rio, o grupo repetiu a cover de Black Hole Sun, do Soundgarden, em homenagem a Chris Cornell que cometeu suicidou este ano. Pode parecer estranho, mas a versão casa perfeita com o Guns, pois a música é melódica, triste e tem aquela levada de balada que as rádios rock mundiais tanto adoram. Se Axl for esperto, coisa que ele é,  poderia gravá-la em um futuro álbum da banda – se houver, claro – e eternizá-la assim como fez com Knockin’ On Heaven’s Door, de Bob Dylan.

No fim, a longa duração do show pode até se tornar maçante para uns, mas para a maioria, que era cerca de 45 mil presentes, não. O público adora e o quanto mais comprido for, melhor, já que pagou caro pelo ingresso. O investimento tem que valer e a duração faz parecer um bom negócio, ainda mais quando é uma banda lendária como o Guns que está ali na frente de todos.

São Paulo Trip: Guns N' Roses e Alice Cooper


Créditos: Marta Ayora

 


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Guns N' Roses entrega o que prometeu no São Paulo Trip: o maior e mais longo show de rock