Festival Planeta Brasil
Você se lembra da minha voz? Se o responsável pela pergunta for Axl Rose, muitos dirão que sim. Afinal, poucas bandas são capazes a resistir ao teste do tempo e atrair um público como os mais de 10 mil que foram ao Planeta Brasil, neste sábado (22), em Belo Horizonte.
Mais ainda por que o único remanescente da formação clássica, que tinha Slash, sabe que a capacidade de cantar em falsete se perdeu em algum lugar do passado. Ele não força a voz nestes territórios que o levariam ao vexame.
Para os fãs, no entanto, pouco importa. O que eles queriam já estava com eles. Com um atraso de apenas 25 minutos, o que é um feito para o sempre atrasado Axl, eles enfileiraram velhos hits. Assim, o Guns proporcionou o circo que a plateia esperava e fechou um festival que fez jus a sua escalação eclética, os mal-humorados, diriam esquizofrênica.
Por menos que possa parecer, foi um ponto a favor ter nomes tão diferentes como DJ Marky, maior expoente da eletrônica brasileira, o herói local Anderson Noise, Criolo, Raimundos, o veterano Frejat, Natiruts e B-Real do Cypress Hill.
Prova disso é que parte do público trocou o Guns pelo Natiruts. O Planeta Terra e os mineiros resgataram algo que os festivais parecem ter deixado de lado: a diversidade. Eis uma maneira de se promover a tolerância.
O encerramento do show de Criolo foi uma lição nesse sentido. O rapper cantou Carinhoso à capela. Ninguém entendeu nada, mas o recado foi dado. Quem sabe um dia cai a ficha. Salve, São Pixinguinha.