Festival Planeta Brasil


Créditos: Gabriel Quintão

Indicado para o Guns N’ Roses pelo herói da guitarra Joe Satriani, o novaiorquino Ron Bumblefoot Thal é um dos três guitarristas da atual formação do grupo de Axl Rose. A banda californiana foi a principal atração do Festival Planeta Brasil, em Belo Horizonte, realizado no sábado (22).   

O Virgula Festivais conversou com o guitarrista antes da apresentação do Guns, em meio ao esquema de segurança que parecia para um chefe de estado. Tudo, aparentemente, para que Axl não fosse importunado por algum repórter.      

Em resposta à pergunta de que brasileiros, se é que haviam, tinham infuenciado sua música, ele citou Tom Jobim e Os Mutantes. Jobim é unanimidade entre estrangeiros, mas não é comum ser citado por roqueiros, já os Mutantes já foram glorificados por nomes como Kurt Cobain (1967-1994) e Sean Lennon, filho de John (1940-1980), como influência.

O músico de 44 anos, cara de garoto, disse também que a guitarra freatless (sem trastes) é sua principal contribuição para banda hoje. Bumblefoot não quis comentar como seria em um novo álbum do Guns, se todos teriam liberdade para propor ideias e se eles buscariam novas sonoridades ou se apegariam às raízes da banda. Um pouco incomodado, ele disse. “Não posso falar sobre o que não existe”. Talvez por ter cláusulas contratuais que o impedem de comentar ou mesmo por não saber de nada.

Bumblefoot entrou na banda em 2006 e gravou partes de Chinese Democracy. É difícil até saber quem é quem na banda na qual apenas o vocalista sobrou da formação clássica, mas, apesar de o limitado DJ Ashba ser geralmente apontado como o paralelo de Slash – dizem as má línguas que ele só está na banda por ser amigo de Axl -, então o “Slash” atual, o solista da guitarra, seria Bumblefoot.

Veja vídeo do show em BH postado no YouTube

O fato é que tem gente demais na banda e a embolação foi geral, no som irregular do festival. Neste aspecto, praticamente todos os artistas sofreram, especialmente os Raimundos, em um show especialmente mágico, por ter o hoje ex-integrante Fred na bateria, dando uma força ao titular, com problemas pessoais.

“Nós já somos fuleiros e vocês ainda fazem isso com o som?”, questionou Digão. No fim, eles se recuperaram e talvez tenham feito o melhor show da noite, para quem não tinha o coração sangrando pelo velho Guns. Fãs vieram ver os “fuleiros” até de Brasília, mostrou uma reportagem do jornal O Tempo: “Na na na, o diabo!”

“Você falou com Axl”, me perguntaram os manícaos por Guns que estavam colados na grade. “Não vi nem de longe”, respondi. Todo o perímetro do backstage foi fechado até mesmo para produdores e assessores. As fotos do Guns tiveram que ser feitas da house mix, a cabine onde o som é mixado, a uns 30 metros do palco. 

Aliás, dica, a house mix é o melhor lugar para você ouvir um show, nunca na frente das caixas principais, o P.A., que é pedir para ficar surdo. Para fotografar, porém, a melhor opção é o gargarejo. Para completar, Axl ainda estava de chapéu e óculos. Quer sumir mesmo. 

O Guns, depois de Rio e BH, segue para Brasília (dia 25, no ginásio Nilson Nelson), São Paulo (28, Parque Anhembi, Curitiba (30, estádio Dorival Britto), Florianópolis (1º de abril, Music Park, dia ) e Porto Alegre (dia 3/4, Pavilhão da Fiergs), Recife (14/5, Chevrolet Hall) e Fortaleza (17, Centro de Eventos do Ceará). Esta é a maior turnê já feita pela banda no Brasil. Os seguranças terão trabalho.


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Guitarrista do Guns N' Roses diz ter se influenciado por Tom Jobim e Mutantes