Guilherme Arantes por Marcia Gonzalez

O cantor Guilherme Arantes lançou na quarta-feira (28) o álbum “A Desordem dos Templários”. Em comemoração aos 68 anos de idade, o artista resgata elementos da Era Medieval, inspirado pela Espanha, onde vive desde 2019, e cria um laço com a catatonia dos dias atuais.

Em um 2019 marcado pela mudança, Guilherme Arantes se preparava para tentar novos caminhos musicais. Esses novos caminhos foram físicos também e levaram o cantor para Espanha. Entre os novos cenários, o processo foi interrompido pela pandemia, anunciada no começo de 2020, que representava mais uma mudança. Após uma live de 5 horas, e um passado marcado pelo transporte de pianos e órgãos desde a juventude, rendeu para Guilherme uma fratura na coluna, que fez com que o artista ficasse grande parte do ano de 2020 e o início de 2021 de cama por conta da lesão.

Em meio a mudanças, musicais, mundial e de condição física, Guilherme Arantes tirou do papel as ideias que resultaram no álbum “A Desordem dos Tempálrios”. Inspirado pelo realismo fantástico, que combina a realidade do mundo com elementos mágicos, o álbum de Arantes mistura esses elementos para falar sobre esperança, mudanças, decepções e amores.

Um dos primeiros “insights” desse período foi a nostalgia do Realismo Fantástico que tanto marcou a minha geração intermediária, no hiato pós-68, pós tropicália, à margem do desbunde Woodstock/Saquarema/Iacanga, nossa geração encucada, do Progressivo rebuscado e “inútil”, geração pré-Punk, e também pré-pós-Punk, pré-new Wave, pré-Asdrúbal/Circo Voador, pré-anos 80 com o BRock, uma geração perdida no vácuo, ao mesmo tempo pré e pós-tudo e, principalmente, bem anterior à truculência marqueteira que reinaria absoluta dos anos 90 em diante”, declara Arantes.

Ao mesmo tempo que se conecta com uma geração pré e pós-tudo, como a geração pandêmica que encontra um futuro desconhecido e nunca antes visto. O cantor encontra na Era Medieval um paralelo para um Brasil catatônico. “O longo período forçado de muitas leituras me fez escarafunchar possíveis razões para o mundo, e especialmente o Brasil, estarem agora num estado profundo de catatonia. Eis a palavra precisa desta época: Catatonia. Um mundo catatônico.

Em meio a esse cenário de incerteza, com influência de rock oitentista, bossa nova e baladas no piano, Arantes, entre cruzadas interiores e exteriores, traça uma nova jornada e mostra o resultado de sua viagem interior.


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Guilherme Arantes conecta Era Medieval com os dias atuais no álbum “A Desordem dos Templários”

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